Por Terezinha Nunes Fizemos um belo carnaval mas o que é bom hoje pode deixar de ser amanhã por algumas falhas que precisam ser corrigidas.

Em Bezerros onde, todos os anos vou à festa dos Papangus que, por projeto meu, virou Patrimônio Imaterial de Pernambuco, ressalto que a prefeita Bete fez uma grande coisa ao servir o angu com galinha guisada nas praças a partir das 9 da manhã.

Uma grande providência para demonstrar a tradição dos papangus que assim são chamados porque comiam angu nas casas que visitavam nos carnavais antigos.

Ví, porém, uma falha grande: não houve o tradicional desfile dos papangus no meio da multidão.

Só vim saber da razão, que provocou muitas críticas de turistas, depois. É que o pessoal que tinha ido desfilar no Rio não havia chegado a tempo.

Ora, uma festa da dimensão da que Bezerros faz não pode correr um risco desses.

Que me desculpem os organizadores mas se havia possibilidade de os mascarados não chegarem a tempo melhor que não tivessem ido ao Rio.

Também uma nota dissonante foi um carro-de-som de um dos patrocinadores ter permanecido quebrado durante longo tempo na hora do desfile e ter tocado música baiana.

Ainda bem que o povo reagiu a tempo, protestou, e o carro passou a tocar frevo, serenando os ânimos.

Mesmo assim a festa foi enorme, bonita, esfuziante, e as críticas visam ajudar para evitar erros futuros.

O encontro de orquestras de frevo em Gravatá, realizado pela primeira vez, tem tudo para virar mais uma atração do carnaval pernambucano.

O prefeito Ozano Brito prestigiou todo o evento que foi muito bom.

Apenas precisa ser melhor divulgado inclusive quanto a horários.

Saiu em muitos lugares que era pela manhã - pela manhã foi apenas o início - e muitos perderam a apoteose monumental com os maestros Duda e Spock, no final da tarde.

Para ter um ícone, como acontece em Bezerros, Gravatá poderia analisar a possibilidade de realizar junto o desfile do bloco “Zé Pereira”, o mais tradicional da cidade quando os foliões se vestem de fraque, como antigamente.

Este bloco é único em Pernambuco e precisa ser apresentado a todo o estado.

Sobre o Recife Antigo, presenciei uma certa desorganização na terça à tarde quando muitos turistas, depois de andar pelo interior, procuram a capital.

Em primeiro lugar, muitos pedintes andando de mesa em mesa.

Em segundo lugar, não havia uma ordem - ou ela não foi obedecida- para os blocos se apresentarem nas ruas.

Na Bom Jesus houve momentos em que blocos e maracatus diversos se encontraram e nenhum conseguia prosseguir.

Os blocos líricos, nesta confusão toda - os mais belos, por sinal - acabaram passando quase correndo no meio da multidão.

Não falta de bares na Bom Jesus pessoas colocaram mesas nas calçadas, cobrando R$ 30,00 pelo aluguel de uma e servindo bebidas e comidas não se sabe de que procedência, pois em muitos locais não havia estrutura fixa.

Sem falar, evidentemente, na falta de banheiros.

Quem paga por uma mesa não quer, evidentemente, servir-se dos banheiros químicos, a única opção que estava sendo oferecida.