Daniela Lima, da Folha de São Paulo Alvo de críticas de correligionários, o presidente do PSB em São Paulo, Márcio França, saiu em defesa da movimentação partidária do prefeito Gilberto Kassab e atacou o “personalismo” dos políticos de sua legenda.
França é peça central na articulação política de Kassab.
O prefeito pretende criar uma legenda, o PDB, e depois promover sua fusão com o PSB.
A manobra seria usada para que ele deixasse o DEM sem risco de ser cassado por infidelidade partidária.
Ao lado de Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, Márcio França é fiador dessa estratégia.
Mesmo não admitindo o acerto com Kassab, ele defende o prefeito e critica aqueles que “têm medo” de perder espaço com a chegada dele. “O Kassab não está dividindo o partido.
A gente passa a vida inteira tentando convencer as pessoas de que o nosso campo é o certo.
Se o cara acha isso, eu tenho que estar comemorando, não criticando”, afirmou.
França citou nominalmente personagens como os deputados federais Luiza Erundina e Gabriel Chalita, ambos de seu partido.
A primeira, em entrevista à Folha, criticou abertamente a movimentação de Kassab, a quem chamou de “representante de forças conservadoras”.
Já Chalita iniciou conversas com outros partidos por entender que, com a migração do prefeito, perderá espaço na legenda. “A Erundina é uma figura histórica, de importância para o partido, mas uma legenda também precisa de puxadores de votos.
Sem eles, muita gente teria ficado de fora nessas eleições.
Ela inclusive”, disse França.
O tom do presidente do PSB em São Paulo é uma resposta a críticas da deputada. “Ele decide tudo sozinho.
Não faz consultas.
Age como se fosse o dono do PSB”, disse Erundina, ao avaliar o ingresso de França no governo de Geraldo Alckmin.
O presidente estadual do PSB é secretário de Turismo de Alckmin. “A aliança foi aprovada por toda a Executiva Estadual.
O PSB achou que poderia fazer parte do projeto de Alckmin e isso não nos cria nenhum constrangimento”, disse França.