É greia geral!
Quando o assunto é a apresentação do bloco mais debochado e irreverente da face do Carnaval Multicultural do Recife, já se sabe de antemão que está se falando do Quanta Ladeira.
Formado por artistas da cena local e alguns que vem de outras cidades brasileiras, eles simplesmente se esqueceram da formalidade no palco do Polo Mangue Rec Beat, no Bairro do Recife, e mandaram ver.
Com letras de músicas parodiadas, levaram o público fiel e cativo que tradicionalmente dá as caras na tarde de domingo (6), ao delírio, na beira do Rio Capibaribe, em frente ao Paço Alfândega.
Na edição deste ano, a 14ª, o elenco contou com a participação de personagens como Lula Queiroga, Chico César, Bráulio Tavares, DJ Dolores, Victor Araújo, Luciano Queiroga, Ivan Santos, Zé da Flauta, Carlos Malta, Márcio Almeida, Aloísio Maluf, Silvério Pessoa, Fafá de Belém.
Enfim, muita energia positiva e criatividade para sacudir a galera durante quase duas horas do espetáculo que lotou a praça para conferir as aloprações dos seus satirizadores preferidos.
Como não poderia ser diferente, eles já iniciaram a brincadeira com força total.
Não escapou ninguém: de políticos a artistas e personalidades de vários setores que fazem do mundo uma loucura sem fim.
Na opinião do DJ Dolores, que sobe àquele palco insano há cinco anos, a irreverência do Quanta Ladeira é uma terapia. “É uma espécie de catarse carnavalesca, pois saio daqui leve”, confessou.
Já Luciano Queiroga garante que o bloco é “um ícone da cultura ‘colifórmica’ de Pernambuco”. “A gente se reúne com velhos amigos e faz acontecer.” Já a cantora Fafá de Belém, que já está pelo terceiro carnaval seguido no bloco, diz que o Quanta Ladeira é um movimento anárquico intelectual que o povo gosta de ouvir. “É uma esculhambação organizada, uma brincadeira irreverente, típica do carnaval de Pernambuco.
Você pode escrachar consigo próprio e isso é importante”, defendeu.
Em sintonia fina com o bloco anárquico aloprado Quanta Ladeira, o público não deixou de prestigiar àqueles que fazem o humor da galera convergir com a sinapse de neurônios satisfeitos com o bem-estar proporcionado por letras e músicas parodiadas como nunca.
Foi nesse clima contagiante que muitos assistiram à apresentação na tarde de domingo (6), no Polo Mangue Rec Beat.
A estudante Patrícia Greco, 25 anos, acompanha o Quanta Ladeira sempre que pode.
Como de praxe, neste ano não foi diferente. “O que mais me agrada neles são a irreverência e as críticas sociais que constroem com a simplicidade e perspicácia de quem sabe o que diz”, comentou.
Já o casal de namorados, os estudantes Ana Cláudia, 21 anos, e Eduardo dos Reis, 23, assistiram pela primeira vez ao espetáculo, no Polo Mangue Rec Beat. “Eu já conhecia de ouvir falar sobre eles, mas agora pude conferir de perto”, disse Eduardo. “Algumas coisas são repetidas, mas as novas composições não ficam a desejar”, opinou Ana Cláudia.