Do Jornal do Brasil A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o bancário Ricardo Neis, 47 anos, autor do atropelamento dos ciclistas do movimento Massa Crítica.

Os agentes cumpriram o mandado de prisão expedido pela 1ª Vara do Tribunal do Júri.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o suspeito foi preso em um hospital, onde estava internado desde terça-feira.

Ele permanece no hospital, após receber voz de prisão, e é acompanhado por policiais.

Entenda o caso Por volta das 19h da última sexta-feira, o movimento Massa Crítica promovia um passeio ciclístico a favor do uso das bicicletas no tráfego urbano.

Durante a manifestação, que reuniu mais de 100 pessoas, Ricardo Neis, funcionário do Banco Central, que dirigia um Golf preto, acelerou e atingiu os ciclistas que bloqueavam a Rua José do Patrocínio, na altura da Rua Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa.

Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas.

Em depoimento à Polícia Civil concedido na segunda-feira, Neis alegou legítima defesa, relatando que os manifestantes agiram com violência contra seu carro.

De acordo com o delegado, as vítimas foram impedidas de se defender, uma vez que o motorista avançou com seu carro enquanto os ciclistas estavam de costas, sem esperar o golpe.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio Grande do Sul pediram a prisão preventiva de Neis.

A requisição foi encaminhada à 1ª Vara do Júri e analisada pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, do 2º Juizado Tribunal do Júri.

Segundo nota divulgada pela polícia, foi possível apurar, pelo depoimento do acusado, que o automóvel foi “utilizado como uma arma” e isso acarretaria, entre outros elementos colhidos, na intenção de matar.

Outro fator para o pedido foi o fato de o acusado ter ciência de que sua atitude colocou em risco a vida dos ciclistas e, por isso, ele assumiu o chamado dolo eventual, quando se arca com o risco das atitudes provocadas.