Foto/Texto: Daniel Guedes/Blog de Jamildo Atualizado às 18h26 Em protesto contra a eleição de um Rei do Carnaval saradão, a população escolheu na tarde desta terça-feira (1º) um Rei Momo gordinho, seguindo a tradição carnavalesca.

Os candidatos acusaram a Prefeitura do Recife de praticar “lipofobia” e as pessoas que acompanharam a pesagem chegaram a vaiar o prefeito João da Costa.

Depois da pesagem e demonstrações de habilidade no frevo, uma comissão julgadora formada por artistas, uma jornalista e um representante das pessoas que estavam no Pátio do Carmo, saiu vitorioso o professor da Universidade Federal de Pernambuco Everson Melquíades, 34 anos, 115 quilos de desenvoltura com a sombrinha nas mãos.

A Rainha popular também foi eleita.

Ganhou a coroa Evelin Carolina Barbosa Paixão.

O Rei popular considerou preconceito da PCR o fato de um sarado ter sido escolhido para Rei. “Não existe premiação maior.

Os R$ 15 mil da Prefeitura do Recife não valem nada diante do reconhecimento do povo.

Prefeito, abaixo à lipofobia.

Gordinho também dança frevo”, protestou Everson, que já participou do concurso oficial por cinco vezes e foi príncipe em 2008 e 2009.

O monarca de Momo eleito no ano passado, Ivanildo Plínio da Silva, 35 anos e 175 quilos, reclamou que foi proibido de passar a coroa ao sucessor durante o Baile Municipal, no último sábado (26). “Acho que na cultura do povo não se mexe. É como religião.

E a justificativa que a Prefeitura deu não vale de nada.

Gordura não é doença.

Para representar o Carnaval tem que saber frevar.

Acredito que haja um pouco de preconceito (na decisão da PCR)”, opinou o agora ex-Rei.

As pessoas que acompanharam a movimentação também foram chamadas para frevar e discursar.

O prefeito João da Costa foi chamado de “João dá as costas” e foi vaiado.

O novo Rei disse que, mesmo que a Prefeitura o convide para subir ao palco oficial da abertura do Carnaval ou no carro alegórico do Galo da Madrugada, não irá.

A participação das majestades eleitas nesta terça-feira será no chão.