Foto: O Globo Uma semana antes do Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma Rousseff resolveu mostrar seu lado mais “delicado”.
Depois de ir ao programa de Hebe Camargo, participa agora nesta manhã do programa Mais Você, da apresentadora Ana Maria Clara.
Reclamou da nova moradia.
Tenho tentando me acostumar com o Palácio [da Alvorada], mas não é muito aconchegante".
A presidente falou também de decoração e culinária. “A verdade é que eu cozinho muito mal” Essa foi uma das poucas vezes que Dilma falou sobre o período em que esteve doente [câncer]. “Aquela era uma época de lutar pela vida”.
O programa exibiu um vídeo com a biografia da presidente, começando com a infância em Belo Horizonte (MG).
No maior estilo ‘‘arquivo confidencial’’, a presidente assistiu ao depoimento do ex-marido Carlos Araújo, pai de sua única filha, Paula. “Eu espero que ela esteja realizada como política e como pessoa”, diz.
O “Mais Você” mostrou também depoimentos dos vizinhos de Dilma em Porto Alegre (RS), local onde morou. “Eu acho que o Brasil é um país especial.
Você não tem uma relação de submissão com as pessoas, Sinto, com o povo brasileiro, uma relação de igualdade.
Os brasileiros falam com sinceridade, falam sem querer te agradar.
Reclamam, fazem sugestões, elogiam.
Você tem o papel de ser uma espécie de parente, conselheiro, amigo”.
Ao ser questionada pela apresentadora sobre a fama de “durona”, Dilma disse: “Eu sou normal.
Gosto de música, me divirto.
Você já ouviu algum presidente homem ser chamado de durão?.
Esperam que a mulher seja frágil.
Eu sou uma mulher forte cercada por homens meigos.
A partir de agora, as meninas podem querer ser presidentas.
Vai ser visto como normal ter uma mulher na presidência”.
Dilma falou também sobre maternidade. “Hoje eu me questiono como faria se minha filha fosse ainda criança.
Seria difícil de conciliar as atividades”.
Paula Rousseff é procuradora do trabalho.
A presidente disse que a filha e o neto vão para Brasília no carnaval.
Será que ela desistiu de passar os dias de folia descansando na praia?
Sobre as origens mineiras, a presidente disse que ‘‘saiu um misto entre Minas e Rio Grande do Sul’’. “Meu pai sempre me ensinou que era importante estudar”.
Diz que, na juventude, lia publicações de adolescente e clássicos como Dostoiévski.
Ela disse que trabalha, normalmente, doze horas, das 9h às 21h.
O programa mostrou, então, os bastidores do Planalto.
Dilma caminha, segundo o vídeo exibido, diariamente, na companhia do cachorro Nêgo, presente de José Dirceu.
Sobre o momento da transmissão de posse, ela disse que “foi uma turbulência.
Um momento afetivo muito intenso.
Eu estava muito comovida por ele estar indo embora”. “Lula sempre falava que eu era a candidata dele.
No início, eu nem dava muita importância”. “Lula é muito doce, muiito suave.
Cria um envolvimento muito grande com as pessoas.
Ele tem muito senso de humor”.
A atriz Maitê Proença questionou qual era a “parte ruim de ser presidente”.
Dilma respondeu que " a presidência é um desafio que nunca acaba. É como se você tivesse todos os dias que escalar o Everest".
Ela diz que a escolha do termo presidenta ao invés de presidente é por “respeito às mulheres do Brasil”. “Eu cheguei ao cargo de presidenta porque um conjunto de mulheres começou a sair de casa e ir trabalhar”.
Sobre o número de mulheres no Ministério, ela disse que gostaria de ter mais mulheres ocupando pastas. “Mas há uma preferência [por parte dos partidos] em indicar homens.”, alfineta.
Dilma decidiu dar explicações durante o programa global sobre PIB, inflação, salário mínimo e CPMF. “A conversa [sobre a CPMF] está sendo feita de forma errada.
Mais do que saber o que é o imposto, tem que ser perguntado como ele funciona”. “Depois que discutirmos a saúde, vamos abrir o debate sobre o imposto para a sociedade”.