Christiane Jungblut e Marha Beck, em O Globo O corte recorde de R$ 50 bilhões no Orçamento da União de 2011 atingirá em cheio os ministérios que concentram investimentos, como Transportes e Cidades, mas não impedirá que o governo amplie gastos que dão popularidade: os sociais.

A previsão é que na amanhã - um dia depois de a área econômica apresentar o detalhamento da redução das despesas de cada pasta - seja anunciado um reajuste do programa Bolsa Família.

A intenção do Palácio do Planalto é que o aumento seja divulgado durante a viagem da presidente Dilma Rousseff à Bahia, mostra reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O GLOBO.

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Os chamados “ministérios campeões de emendas parlamentares” serão os mais atingidos pelos cortes.

Lideram a lista os ministérios do Turismo, do Esporte, da Cultura e das Cidades - este o que concentra obras de saneamento e habitação.

A redução virá da suspensão de R$ 18 bilhões de emendas parlamentares e de gastos de custeio.

No caso do Bolsa Família, o Congresso aprovou em dezembro, dentro do Orçamento da União, reserva de R$ 1 bilhão para o caso de o governo desejar aumentar o programa.

Para 2011, a verba disponível para o benefício está fixada em R$ 13,4 bilhões.

O governo já fez várias simulações sobre o novo valor a ser pago.

Os cenários incluíam diferentes índices de inflação, o que poderia fazer a despesa variar de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão.

O detalhamento dos cortes será anunciado hoje pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior.

A intenção é demonstrar ao mercado que o ajuste é para valer e tem como objetivo ajudar no controle da inflação.

Será divulgado às vésperas da reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), que decidirá a nova taxa de juros.

Dentro dos R$ 50 bilhões, o governo já havia cortado de forma definitiva R$ 1,87 bilhão por meio de vetos feitos ao Orçamento quando a lei foi sancionada pela presidente.

Os vetos já indicavam que nenhuma área seria poupada.

O Ministério dos Transportes, por exemplo, já perdeu R$ 333,2 milhões.