Coluna Três por Quatro Violência continua Terezinha Nunes É motivo de comemoração saber que Pernambuco, como comprovam as estatísticas oficiais, reduziu entre 12 e 13% a sua taxa de homicídios nos últimos anos.
Da mesma forma é salutar que a sociedade civil tenha se juntado ao poder público para combater a violência que cada vez mais apavora a nossa população através de um projeto batizado pelo Governo de Pacto pela Vida.
Mas é com tristeza que observamos, de acordo com o Mapa da Violência no Brasil 2011 apresentado esta semana pelo Ministério da Justiça, que nosso estado, apesar de todos os avanços, não conseguiu ainda deixar o ranking dos mais violentos do País.
Na verdade, se até quatro anos atrás as estatísticas nacionais apontavam sempre que o nosso estado dividia os primeiros lugares em violência com o Espírito Santo – ora em primeiro, ora em segundo lugar - desta vez a estatística demonstra que estamos dividindo os três primeiros lugares com o concorrente de sempre- o Espírito Santo - e com outro estado nordestino: Alagoas.
Portanto, nós não deixamos o topo, apenas estamos acompanhados por mais um.
De acordo com o Mapa, a taxa de homicídios de Pernambuco é de 50,7 mortos por grupo de 100 mil habitantes, a do Espírito Santo é de 56,4 e a de Alagoas é de 60,3 por 100 mil.
Mas, quando se trata exclusivamente das capitais, continuamos no segundo lugar nacional .Perdemos apenas para Maceió, a capital alagoana.
Em terceiro lugar ficou Vitória, a capital do Espírito Santo.
No cômputo geral, Maceió apresentou uma taxa de homicídios de 107,1 mortes por grupos de 100 mil habitantes; o Recife ficou com 85,2 por 100 mil e Vitória com 73,9 por 100 mil.
O que pode significar para o estado o fato de estarmos ainda nos primeiros lugares, apesar dos esforços empreendidos e da participação da sociedade?
Em primeiro lugar, parece necessário estabelecer metas mais ousadas a serem cumpridas pelo aparelho policial.
Falar em 12% de redução é muito pouco.
Ela pode ser bem maior, na medida em que estados como São Paulo conseguiram reduzir em mais de 50% os homicídios apenas com tecnologia e um aparelho policial mais estimulado e treinado.
O que não dá é para ficarmos aparentemente satisfeitos com uma redução importante para o problema que se tem mas insignificante diante das necessidades atuais.
Hoje se sabe que o controle da violência tem altos e baixos e que, diante deste patamar, um índice de 12% pode ser facilmente vencido se, por algum motivo, grupos de extermínio voltarem a operar.
Também não se pode perder de vista, o que infelizmente parece estar acontecendo em Pernambuco, o combate aos outros tipos de crime como assaltos, roubos e, mais recentemente, explosões de caixas eletrônicos de bancos.
Além, de aumentarem a sensação de insegurança, esses crimes também podem, em algum momento, contribuir para o aumento do número de homicídios.
Ao analisar a verdadeira escalada da violência no Nordeste nos últimos dez anos, ao contrário do que vem acontecendo no sul e sudeste, o pesquisador Julio Jacobo, autor do Mapa da Violência, explicou que uma das razões são os pólos de desenvolvimento que vêm se instalando na região, sem que os estados estejam suficientemente estruturados na área de segurança.
No nosso caso particular, não se deve perder de vista que muitos trabalhadores vem sendo trazidos de outros estados para suprir a falta de mão-de-obra qualificada em Pernambuco e, de alguma forma, isso pode aumentar a violência.
Claro que não se pode acusar esses trabalhadores de serem mais violentos do que os nativos mas sempre que há uma migração intensa e temporária, os bandidos aproveitam para migrar também.
Em primeiro lugar, porque onde há obra há dinheiro e, em segundo lugar ,porque, como há muita gente de fora, eles podem ser confundidos com trabalhadores e agirem com facilidade.
Sobretudo onde o aparelho policial não é tão forte, como no interior.
CURTAS Atraso - Por sugestão do deputado Raimundo Pimentel, a Assembléia Legislativa recriou esta semana a comissão de acompanhamento das obras da Transposição e da Transnordestina.
Pimentel, que é sertanejo e se mantém sempre alerta sobre o assunto, não evitou as piadinhas de colegas sobre o atraso que vem ocorrendo nas duas obras.
Alguns lembraram que, por conta disso, ele corre risco de precisar transformar sua comissão em permanente e não temporária, como sugeriu em seu requerimento.
Rands em alta -Deputados da base do Governo já trabalham na Assembléia com a possibilidade de Maurício Rands vir a ser o candidato do Governo a prefeito do Recife, caso João da Costa não recupere sua popularidade até o final do ano.
O nome de João Paulo saiu inteiramente das especulações, inclusive na bancada do PT.
Rands é apontado como o ideal por já estar no Palácio, fazendo a interface entre o PT e o PSB, e pelas ligações, inclusive familiares, com os Campos.
Em vão - A Prefeitura do Recife espalhou outdoors pela capital anunciando a venda de todos os ingressos para o Baile Municipal.
Como as entradas já estavam vendidas, não sendo necessário mais chamar atenção para elas, ninguém entendeu o motivo pelo qual se utilizou dinheiro público para constatar o óbvio.
Em se tratando de um baile filantrópico estes recursos poderiam ter sido destinados a alguma obra social.
Nota: nossas desculpas à colaboradora pelo atraso.
Conforme já informamos à mesma, o Blog está desfalcado no nosso titular absoluto, e o repórter (interino) esteve em pautas externas.