Em discurso na Tribuna do Sendo, o líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, Humberto Costa, bateu duro na oposição.

O petista disse que falta “autoridade” aos adversários para defender um valor maior que o de R$ 545 proposto pelo governo e comparou os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. “Esse espírito distributivo de renda que eles apresentam hoje não era o que eles tinham quando eram governo.

Ali, era política do arroxo.

Por tanto, nós não aceitamos que a oposição venha reivindicar autoridade nos dar lição de como distribuir renda”, questionou o petista.

Para Humberto, bancada de apoio ao governo não tem motivos para votar envergonhada ou se escondendo dos trabalhadores, “porque a política defendida é a que vai fazer com que os ganhos reais que contemplaram os trabalhadores possam continuar nos próximos anos”.

E completou: “Votaremos aqui para que o avanço de um projeto de um governo que dialoga, que discute e ouve dos trabalhadores, diferente do que era nos governos da oposição, não possa ser a qualquer momento desfeito”, defendeu.

O petista lembrou, inclusive, que a manutenção da proposta de valorização do salário minimo calculada pela inflação e o crescimento do PIB foi acertada num acordo com os representantes das maiores centrais sindicais do País. “O que nós estamos fazendo hoje é transformando um projeto de intenções numa lei que vai permitir aos trabalhadores, ao serviço público, aos empresários panejarem o futuro”.

Humberto reconheceu que o valor do mínimo ainda não é o “ideal”, mas teve muitos avanços nos últimos oito anos. “Nós sabemos que seria bom se pudéssemos hoje estar dando um reajuste maior, sabemos que os trabalhadores tem defasagens históricas que não serão solucionadas em uma década ou em mais de uma década.

E essa defasagem é resultado de um projeto secular de exploração da classe trabalhadora desse país (…) O salário mínimo teve um papel fundamental para o crescimento do País no Governo Lula.

Até 2002, o que nós tínhamos era um salário definido por decisões pontuais”.

REGRA- Segundo o líder, a sugestão apresentada pela oposição de apresentar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ao Supremo Tribunal Federal, questionando o decreto que a cada ano estabelecerá o percentual do reajuste, nada mais é do que uma tentativa de impedir que os trabalhadores, aposentados e os pensionistas recebam agora os R$ 545 reais.

Hoje o salário mínimo é de R$ 510.

A lei que está em discussão no plenário estabelece a regra de reajuste – índice de inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes – e o decreto a ser editado a cada ano trará o percentual de reajuste.