Foto: Lucas Lacaz Ruiz, da Folhapress Fábio Amato, da Folha de São Paulo O delegado Damasio Marino, que no mês passado agrediu um cadeirante depois de discussão a respeito de uma vaga de estacionamento, voltou ao trabalho nesta segunda-feira após cumprir afastamento de 30 dias.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Marino vai continuar afastado da função de delegado.

Na época da agressão, ele era titular da 6ª Delegacia de Polícia de São José dos Campos.

A partir de agora, e até que a Corregedoria da Polícia Civil conclua o procedimento administrativo que apura sua conduta, Marino vai exercer funções administrativas dentro da Delegacia Seccional de São José.

O procedimento administrativo deve ser concluído até a metade de abril e vai definir se o delegado será punido.

Ele poder ser demitido.

Marino já é réu em processo em que é acusado de crimes de injúria, ameaça e lesão corporal dolosa (quando há intenção), todos agravados por abuso de autoridade e violação de dever inerente ao cargo.

No dia 17 de janeiro o advogado e cadeirante Anatole Magalhães Macedo Morandini repreendeu o delegado por ter estacionado seu carro em uma vaga pública destinada a deficientes físicos em frente a um cartório da cidade.

Ele diz que o delegado o agrediu com coronhadas na cabeça, bateu com a ponta da arma em seu rosto e o ameaçou.

Cinco testemunhas ouvidas pela Corregedoria da Polícia Civil confirmam a versão do cadeirante.

Já Marino nega que tenha usado a arma para bater no cadeirante, mas admite ter dado “dois tapas” nele após ter sido xingado e recebido uma cusparada no rosto.

A Corregedoria da Polícia Civil abriu também inquérito para investigar uma ameaça de morte contra o cadeirante.

Uma perícia feita no celular de Morandini comprovou que a ligação com a suposta ameaça partiu de um telefone da Delegacia Seccional de São José.