Ed Ruas, Especial para o JC O retorno de João da Costa (PT) à Prefeitura do Recife foi considerado tenso pelos próprios aliados.

Ninguém fala abertamente, mas nos bastidores algumas fontes revelam que diante da reforma do secretariado anunciada pelo petista, os gestores das pastas estão trabalhando “como se estivessem com uma guilhotina prestes a cair no pescoço”.

Os mais apreensivos seriam os secretários ligados ao ex-prefeito João Paulo (PT).

São os casos de Amir Schvartz (Planejamento Participativo) e Samuel Oliveira (Turismo).

Segundo interlocutores, após cem dias afastado, a expectativa era de que João da Costa fosse dar ênfase ao trabalho administrativo e iniciar o diálogo com os aliados do governo, procurando aparar arestas e buscar a unidade para 2012.

Ao contrário, optou por travar uma briga inoportuna com João Paulo, como analisou um aliado.

As insatisfações não se restringem ao edifício-sede da Prefeitura.

Em alguns partidos da Frente Popular, já se admitem apoiar outras candidaturas.

Para alguns, a entrega dos cargos do PTB sinalizou a falta de diálogo entre João da Costa e os partidos.

Somente após a divulgação da entrega das pastas de Administração (Fernando Nunes) e Serviços Públicos (Isabel Viana) pelo PTB, o petista pediu para “conversar” com Armando Monteiro Neto, na noite da última segunda-feira, aproveitando o jantar promovido para o deputado federal Marco Maia (PT-RS). “As atitudes dele não modificaram após a licença.

Continua centralizador, com ações baseadas pelo que dá na cabeça dele.

Ninguém quer dar apoio para alguém assim”, disse ontem um governista, engrossando o coro de reclamações.

Outra “bomba chiando” está na Câmara Municipal.

Um vereador do bloco de sustentação admitiu ontem que há problemas na relação Executivo-Legislativo, principalmente porque a gestão de João da Costa não vem recebendo os aliados e nem atende suas demandas.

Também sem falar abertamente, outro vereador constatou: “você viu alguém se oferecer para defender o prefeito das críticas da oposição?”.

De fato, dois oposicionistas – o deputado federal Raul Henry (PMDB) e a vereadora Priscila Krause (DEM) – atacaram João da Costa no dia da sua volta e nenhum vereador apareceu disposto a defendê-lo.

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