Por Raul Henry Por que votei na proposta do governo para o salário mínimo Na última terça-feira, à noite, houve uma reunião da corrente partidária Afirmação Democrática, do PMDB, no apartamento do Deputado Fábio Tradd (PMDB-MS).

Estavam presentes 13 deputados: Osmar Terra (PMDB-RS), Alceu Moreira (PMDB-RS), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Ronaldo Benedeti (PMDB-SC), Mauro Mariani (PMDB-SC), Edinho Bez (PMDB-SC), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Geraldo Resende (PMDB-MS), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Gastão Vieira (PMDB-MA), além de mim e do anfitrião.

O objetivo da reunião era decidir coletivamente qual seria nosso posicionamento sobre o novo valor do salário mínimo.

Dos presentes, 10 deputados defenderam o voto na proposta do Governo.

Entendiam que já havia uma política para o salário mínimo negociada com as centrais sindicais e que, além disso, o país se encontrava diante de um elevado desequilíbrio das contas públicas e da ameaça do retorno da inflação.

Eu e mais dois deputados defendemos outra posição.

Argumentamos que o estouro no orçamento público era resultado da irresponsabilidade fiscal do Governo, que fez uma “farra” com recursos públicos para vencer a eleição.

E que, seria possível, sim, defender um valor mais alto para o salário mínimo.

Perdemos a discussão por 10 a 3.

Os dois outros companheiros que tinham minha posição decidiram imediatamente acompanhar a maioria.

Depois de um tempo de reflexão, decidi também acompanhar o grupo.

Participei, desde o primeiro momento, da construção de uma nova alternativa política dentro do PMDB.

Fizemos um grande esforço.

Reunimos parlamentares que condenavam o fisiologismo que estigmatizou o partido e que queriam uma discussão programática para o País.

Por isso, mesmo contrariamente às minhas convicções, resolvi acatar a decisão da maioria.

Não teria sentido fundar o bloco do “eu sozinho”.

A política é uma atividade essencialmente coletiva e que exige espírito de renúncia e solidariedade.

Segue, abaixo, a declaração de voto da corrente Afirmação Democrática, que foi lida na tribuna da Câmara pelo Deputado Osmar Terra.