As centrais sindicais prometem manter a pressão, agora no Senado, pelo aumento do Salário Mínimo para R$ 560,00.

Na noite de ontem (16), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto do Executivo que fixa o valor em R$ 545.

A emenda do PSDB, que propunha valor de R$ 600, foi rejeitada por 376 votos; outros 106 parlamentares foram a favor e sete se abstiveram.

A emenda do DEM, que queria um reajuste para R$ 560 também foi rejeitada com o placar de 361 contra, 120 a favor e 11 abstenções. “Lamentavelmente, em nossa opinião, nenhum brasileiro saiu vitorioso desta batalha, mesmo aqueles que equivocadamente a defenderam.

Os únicos que estão sorrindo neste momento são os integrantes do mercado financeiro, que terão assegurados uma bela parcela do suor dos trabalhadores, através dos juros altos e dos cortes orçamentários promovidos pela equipe econômica”, disse o presidente da CGTB, Antonio Neto.

O sindicalista acredita ser possível avançar mais no Senado, inclusive para estabelecer um mecanismo que assegure aumento real do salário em caso de PIB negativo. “A imprensa noticiou hoje que esta é a intenção do senador Renan Calheiros (PMDB).

Uma das alternativas propostas por nós é de que a correção seja feita pela média dos últimos três PIBs positivos.

Isso é importante, pois não podemos construir outra armadilha de fazer a média apenas dos três últimos PIBs.

Se tivermos dois anos de recessão, não haverá aumento de salário justo”, ressalta.

Para o dirigente sindical, as centrais sindicais mostraram combatividade e autonomia ao defender as suas propostas mesmo contra a posição do governo. “As centrais sindicais, do alto de sua autonomia e coerência, não só defenderam o aumento do poder de compra do trabalhador, mas pautaram um debate fundamental, o de que estamos passando por uma definição de rumos importante para o nosso país, se iremos retroceder para uma política ainda mais ortodoxa ou aprofundaremos as mudanças necessárias para libertar o Brasil da armadilha monetarista”. “Agora a luta continua, precisamos resolver a questão da Tabela do Imposto de Renda, construir uma política de recuperação das aposentadorias, criar um mecanismo para acabar com o Fator Previdenciário e, acima de tudo, ou melhor, para permitir estes avanços, mudar a política econômica para recolocar o Estado a serviço dos mais necessitados.

Como dissemos, não é justo pagarmos mais de 55 bilhões de reais por ano para manter as reservas internacionais, gastar mais de R$ 190 bilhões com juros, cerca de 5% do PIB, como foi em 2010; não dá para cortar 50 bilhões do Orçamento e na outra ponta arrochar o salário do povo.

Estamos diante de uma escolha política, ou mais dinheiro para o povo, ou a manutenção da sangria em prol da banca financeira internacional”, afirmou.