Por Jamildo Melo, no caderno de Veículos do JC de hoje SÃO PAULO - O fim do casamento do Grupo Izzo com a marca americana Harley-Davidson no Brasil, quem diria, acabará beneficiando os consumidores pernambucanos.
A lendária fabricante de motos estilo custom - verdadeiras obras-primas de metal - abrirá uma revenda na capital pernambucana, com início de vendas previsto para o primeiro trimestre de 2012.
O dono da concessionária local já está em processo de escolha e deve ser nomeado ainda em 2011, com tempo para realizar os investimentos em loja, oficina e pós-venda. “Temos vários candidatos.
Até o meio do ano vamos resolver o nome”, afirmou ao Jornal do Commercio, em São Paulo, o diretor-superintendente comercial da marca no Brasil, Longino Morawski.
Além do Recife, as cidades nordestinas de Salvador e Fortaleza também contarão com revendas da marca.
No Sul e Sudeste, a empresa está fechando parcerias com ex-revendedores Honda e Kawasaki, quando não donos de concessionários de montadoras de veículos.
O conflito com o revendedor Grupo Izzo terminou em acordo no final do ano passado.
A disputa envolvia os prazos do contrato de exclusividade de venda que o Izzo possuía no Brasil.
Após dar fim a uma disputa na Justiça com seu antigo revendedor nacional, a dona da marca norte-americana de motocicletas anunciou que a Harley-Davidson do Brasil terá suas atividades como prioridade da corporação. “O plano é transformar a subsidiária brasileira em uma das maiores operações da empresa fora dos EUA”, garante o diretor Longino Morawski.
A primeira ação é expandir a rede de lojas.
Na fase inicial, serão 13 concessionárias nos próximos meses, mas predominantemente em locais onde a marca já dispunha de distribuição.
O executivo explica que não faria sentido ampliar novas frentes de vendas sem antes criar condições para atender bem e manter o pós-venda nas praças em que a marca já operava. “A estratégia principal é investir em pós-venda.
Temos que organizar os serviços oferecidos pela casa”, explica.
VENDAS Pelo acordo assinado com o Grupo Izzo, a Harley não podia fazer absolutamente nada em relação à rede de revendas até o dia 8 de fevereiro.
Na esteira da briga, as vendas derraparam.
No ano passado, foram cerca de 4 mil unidades comercializadas.
Em 2008, para efeito de comparação, a Harley-Davidson havia conseguido vender mais de 6 mil motos no País.
A empresa espera um 2011 conservador.
Marca tem 13 modelos disponíveis no País A linha com que a Harley-Davidson planeja retomar o crescimento das vendas no Brasil é composta de 13 modelos, mantendo a tradição de não mudar muito.
No entanto, agora em 2011, todas as motos sairão de fábrica com freios ABS.
A principal mudança será feita na linha de touring, onde a família Ultra classic Electra Glide e Road King Classic ganharam mais potência, com motos de 1.700 cilindradas.
A empresa promete apresentar mais novidades no próximo mês.
Os modelos continuam sendo montados em Manaus.
Mas para atender ao esperado aumento da demanda com a retomada das operações - depois de 12 anos no polo industrial da Zona Franca - a montadora fará uma ampliação na unidade local, que tem capacidade para produzir até 20 mil motocicletas por ano. “As novas instalações devem ser inauguradas em agosto”, explica o diretor-industrial da marca, Celso Ganeko.
Nesta retomada, a Harley do Brasil também está montando uma nova sede em São Paulo, com um showroom que servirá de modelo para a rede de concessionários.
Além disso, a empresa está investindo na instalação de um novo centro distribuidor de peças próximo ao Rodoanel, na capital paulista.
Com a iniciativa, planeja reduzir o tempo de entrega de peças de 15 dias para apenas 24 horas, na capital paulista, e no máximo três dias nos demais mercados, facilitando a vida dos revendedores e apaixonados pela marca.
O foco maior da Harley-Davidson Motor Company no Brasil é parte da estratégia de crescimento internacional da empresa, que está planejando nomear entre 100 e 150 novas concessionárias em todo o mundo até 2014.
Nesta nova fase no País, a empresa promete realizar até o final do ano, no Rio de Janeiro, os famosos eventos HOG, encontro de proprietários de modelos da marca. “Para nós, a experiência com a marca só é completa quando os usuários estão na estrada, em um simples passeio de final de semana, ou em um grande encontro da marca”, diz Longino Morawski.