Adriana Guarda e Felipe Lima, do Jornal do Commercio A construção civil se tornou o motor da economia pernambucana nos últimos três anos e, com isso, os operários dos canteiros de obras ganharam o status de categoria mais cobiçada por centrais sindicais no Estado.

As últimas três semanas que abalaram as relações trabalhistas no Complexo de Suape escancararam a disputa entre entidades para “defender” o interesse desses trabalhadores.

Uma conta rápida e informal explica a briga: com 30 mil associados em Suape, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Pesada em Pernambuco (Sintepav-PE) recebe, pelo menos, R$ 4,6 milhões por ano em contribuições.

O cálculo leva em conta a contribuição sindical de um dia de trabalho e a contribuição associativa, que é de 1% por mês sobre o salário-base.

Tomando como base a renda média de R$ 1.000 da categoria, só com a primeira o sindicato recebe quase R$ 1 milhão, além de R$ 3,6 milhões da segunda.

Após a confusão no canteiro de obras do Consórcio Conest (formado pelas empresas Odebrecht e OAS), que terminou com um operário baleado, há uma semana, a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), ligada ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), passou a apoiar uma comissão de trabalhadores insatisfeitos com a atuação do Sintepav-PE.

E nesta semana, foi a vez do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-PE), filiado a Conlutas, se posicionar em defesa dos operários.

No entanto, o primeiro a lutar por um pedaço do bolo foi o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Jaboatão dos Guararapes (Sintraincom).

A entidade vinha brigando na Justiça desde 2005 para conquistar o direito de representar a categoria em Suape.

São mais de 15 ações movidas contra o Sintepav-PE.

Em 2009, a disputa se acirrou.

E em outubro do ano passado atingiu seu ápice, com uma paralisação nas obras do Conest liderada pelo presidente do Sintraincom, Israel Domiciano.

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