João Valadares, do Jornal do Commercio Após duas semanas de silêncio diante das recorrentes denúncias de abuso policial, inclusive com comunicação internacional à Organização das Nações Unidas (ONU), o governador Eduardo Campos determinou, na manhã de ontem, o afastamento dos oito policiais militares investigados por espancamento, tortura com choque e tentativa de obrigar três flanelinhas, na quinta-feira, a fazer sexo oral neles.
Também ordenou que os denunciantes e os familiares sejam incluídos em programas de proteção a testemunha.
Com uma fala dura, na base do doa em quem doer, Eduardo Campos deixou claro que, de agora em diante, a postura será essa.
Em 14 dias, depois dos relatos de violação dos direitos humanos publicados pelo Jornal do Commercio, 22 policiais militares foram afastados do serviço de rua. “Todos esses fatos quando chegarem ao meu conhecimento, a minha determinação é essa.
Para a corregedoria apurar duramente e proteger aquele cidadão que está fazendo a denúncia e até para estimular que outras denúncias sejam feitas.” A ordem do governador soou como uma desautorização e deixou o secretário de Defesa Social (SDS), Wilson Damázio, em posição desconfortável.
Na segunda-feira à noite, ao ser questionado pelo JC se os policiais seriam afastados, assim como foi feito em relação à denúncia do beijo forçado na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, Damázio assegurou que todos permaneceriam nas ruas. “Não podemos sacrificar os nossos policiais sem provas.
Nesse caso, há apenas uma denúncia.” Em nota oficial, encaminhada na noite de ontem, a Secretaria de Defesa Social comunicou que os policiais foram afastados “em razão de fatos novos surgidos, especialmente em relação à denúncia, ainda em apuração, de coação no curso do processo”.
Na segunda-feira à noite, em caráter de urgência, o governador convocou Wilson Damázio e o comandante da Polícia Militar de Pernambuco, Antônio Tavares Lira, e anunciou a decisão.
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