João Valadares, do Jornal do Commercio O relato envergonha. “Os policiais mandaram a gente colocar a mão na cabeça.
Disseram que seríamos mulherzinha deles.
Um abriu o zíper da calça.
Mandaram eu me ajoelhar e levantar a cabeça.
Me espancaram e deram choque para fazer sexo oral.” Quem denunciou a abordagem do Grupo de Ações Táticas Itinerante (Gati) foi um flanelinha de 17 anos.
Ontem pela manhã, um novo capítulo: depois da tortura, a ameaça por ter tido coragem de abrir a boca e forçar uma investigação.
Os mesmos policiais foram até a residência da vítima. “Eles chegaram lá, um deles com a pistola na mão, e mandaram eu sair de casa.
Acho que descobriram que a gente os denunciou.
Fiquei com muito medo e disse que não sairia de casa.
Minha mãe foi falar com eles e todos foram embora.” A tortura, segundo ele, que contou com revólver na cabeça e ameaça de morte, ocorreu ao meio-dia da quinta-feira passada, embaixo da Ponte Joaquim Cardozo, nos Coelhos, área central do Recife.
No mesmo local, em 2006, policiais obrigaram um grupo de 14 adolescentes a entrar na maré.
Dois deles não sabiam nadar e morreram afogados.
Até agora, os PMs envolvidos não foram julgados.
Na manhã de ontem, outra vítima do caso ocorrido na quinta, um adolescente infrator, ficou assustada e desistiu de prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Crianças e Adolescentes.
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