Da coluna Pinga-Fogo, do Jornal do Commercio O PT governo e o PSDB oposição têm pela frente alguns desafios.
O primeiro, após oito anos subordinado à cartilha Lula, precisa agora construir seu discurso da era pós-Lula.
Ao mesmo tempo em que enfrenta o chamamento para construir uma relação com uma presidente que nunca foi de fato a candidata de sua preferência.
O PT do governo Dilma seguramente não será o PT do governo Lula. É o próprio partido quem sinaliza com esse entendimento.
Mas também não pode (ou não deve) tentar se conduzir como a antítese do governo da presidente.
Um desafio e tanto.
Sumido desde o término da campanha eleitoral de 2010, o PSDB oposição prepara seu retorno com a tarefa de dar sentido ao vocábulo refundação, lançado pelo senador Aécio Neves, e desafiado a dar clareza e firmeza no ato se opor, recomendado por José Serra.
Precisa, na prática, ser coerente com os milhões de votos recebidos dos brasileiros que, segundo consulta em poder do próprio Serra, só acreditam na capacidade de governar de quem também é capaz de se opor.
Se quiser entrar no jogo, depois de ser excluído por três partidas, o PSDB precisa desde já construir a identidade de uma oposição que até hoje não foi capaz de fazer.
Logo, não pode ser assim reconhecido.