O Blog de Jamildo, mesmo não gostando de estimular polêmicas, publica abaixo nota oficial enviada ao Blog pelo professor Horácio Reis, ligado ao Sindicato dos Professores do Estado e hoje com cargo público em Olinda.
Ele comenta e responde uma outra nota enviada ao Blog pelo secretário de comunicação do governo do Estado, Evaldo Costa, na última sexta-feira, sobre conflitos políticos na área de Educação.
Veja abaixo a carta de Evaldo ao Blog e o post que deu início à polêmica.
FAZER POLÍTICA PELO RETROVISOR EXIGE FIDELIDADE DIANTE DOS FATOS As considerações feitas pelo Secretário de Imprensa Evaldo Costa a respeito do Post no Blog do Jamildo “Arraes não tinha intermediários para falar com os professores”, mostra claramente, um grande desencontro entre a sua capacidade como secretário e o que ele conseguiu acumular como exemplar jornalista, principalmente, na década de 80, período em que tivemos Arraes como Governador.
Cada um tem o direito de omitir fatos em uma determinada afirmação mantendo-a verdadeira.
O que não podemos é distorcer fatos históricos para justificarmos uma posição política no presente.
A foto publicada pelo DP à época apresenta Gestores e Dirigentes sindicais à procura de soluções para uma relação de trabalho conflituosa, tendo como pauta, a valorização profissional, questão ainda pautada nos dias de hoje.
Sinto, nesse momento, como um dos personagens da foto, na condição de Ex-Presidente da APENOPE e do SINTEPE, a necessidade de restabelecer a verdade: I – Os dirigentes que aparecem na foto, reproduzida pelo Blog, sempre vivenciaram a prática sindical fundamentada nos princípios da autonomia e da liberdade de organização; II – Esses dirigentes, pela consciência política que lhes são peculiares, sempre respeitaram a trajetória pública de todas as lideranças que se destacaram na luta contra a ditadura e pela redemocratização do nosso país, a exemplo do ex-governador Miguel Arraes; III – Ao afirmar que os dirigentes chamaram o governador Arraes de “Pinochet de Pernambuco”, o Secretário distorce os fatos e demonstra total desconhecimento das diferenças e divergências existentes no movimento sindical, em particular no serviço público; IV – Infelizmente, o Governo Arraes teve como referência para definição de suas posições, perante o conflito trabalhista estabelecido, “palavras de ordem” defendidas e explicitadas por integrantes de grupos minoritários no movimento com o seguinte conteúdo: “Arraes caduco, Pinochet de Pernambuco” e “Arraes, inimigo dos trabalhadores”; V – Essas palavras de ordem sempre foram derrotadas pela categoria em todas as instâncias da APENOPE e do SINTEPE.
Quero parabenizar o SINTEPE pela preservação do espírito democrático, prática desenvolvida desde a época da APENOPE, concepção que afasta a penitência e está fundamentada na promoção do debate sobre as questões políticas e em particular, as educacionais.
O Governo Marco Maciel não observou este mecanismo, importante para a relação de trabalho no serviço público.
No Governo Roberto Magalhães, tivemos na APENOPE, a presença do Secretário de Educação, Everardo Maciel; no Governo Arraes, além da participação da Secretária Silke Weber, em debates importantes para a educação, o Governador sentou à mesa, conforme foto reproduzida no Blog; o Governo Joaquim Francisco, apesar de manter ativo o processo negociável, optou pelo congelamento do Plano de Cargos e Salários, conquista importante dos trabalhadores da educação; o Governo Jarbas, apesar de provocado para o debate, preferiu o uso da força e do autoritarismo; no Governo atual, a relação com o movimento sindical dos trabalhadores em educação é vista pelo retrovisor, com um espelho que deforma os fatos, haja vista as afirmações do Secretário de Imprensa.
Horácio Reis Ex-presidente da APENOPE e do SINTEPE Atual Vice-Prefeito de Olinda LEIA MAIS » Foto distribuída pelo Sintepe é penitência pública tardia, ainda que acidental » Arraes não tinha intermediários para falar com professores