Flávai Foreque e Ranier Bragon, da Folha de São Paulo O ex-presidente Lula reforçou nesta quinta-feira (10), na festa em comemoração aos 31 anos do PT, sua ligação política com a presidente Dilma Rousseff e negou diferenças entre seu governo e o de sua sucessora. “Eu apenas não estou no governo, mas sou governo tanto quanto qualquer companheiro que está no governo.
O sucesso da Dilma é o meu sucesso.
O fracasso da Dilma é o meu fracasso”, afirmou o ex-presidente, aplaudido de pé pela plateia.
Lula, que voltou ao cargo de presidente de honra do PT, criticou a cobertura da imprensa durante a campanha eleitoral do ano passado ao afirmar que “eles diziam que a Dilma era um poste”. “O que a gente percebe é que essa gente metida a ser informadora de opinião pública não entende nada de psicologia.
Porque a minha relação política com a Dilma é indissociável, nos bons e nos maus momentos.
Não é uma aventura, é um projeto que estava construído e nós acreditamos mesmo quando eles diziam que a Dilma era um poste.
Não éramos nós que dizíamos”, disse o ex-presidente.
Dilma chegou logo depois da fala do ex-presidente e não discursou na cerimônia.
Lula ainda insinuou que a mídia quer fazer uma “desconstrução” do seu governo ao elogiar a gestão de sua sucessora. “Se a grande ofensa e a grande desconstrução do governo Lula que eles querem fazer é falar bem da Dilma, eu morrerei tranquilamente feliz.
Morrerei tranquilamente porque era esse o nosso objetivo, era eleger alguém que pudesse fazer mais e melhor.
Porque se fosse pra fazer o mesmo eu teria pleiteado o terceiro mandato”, disse.
Durante o discurso, de cerca de 35 minutos, o ex-presidente também criticou a cobertura jornalística no escândalo do mensalão, em 2005. “Não houve campanha mais infame contra um partido contra um partido do que a campanha feita contra o PT em 2005”.
Essa é a primeira vez que o ex-presidente participa de um evento em Brasília após deixar o Palácio do Planalto.