Caro Jamildo A respeito do post “Arraes não tinha intermediários para falar com professores”, vale fazer algumas considerações, que são importantes para avaliar o papel desempenhado pelos governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos em favor da educação pública no estado, ao mesmo tempo em que dá condições de examinar atitudes e escolhas políticas de alguns dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco (Sintepe).
A primeira coisa a pontuar é que, em frontal agressão à trajetória, história de lutas e compromissos populares, os personagens da foto que o blog reproduz chamaram Miguel Arraes de “Pinochet de Pernambuco”.
Ora, isso aconteceu na segunda metade da década de 1980, ou seja, na mesma época em que foi feita a foto distribuída agora pelo Sintepe, numa espécie de penitência pública tardia e acidental.
Arraes autoritário?
Não há desmentido mais categórico do que esta fotografia.
Os sábios ensinam que a História é a única ciência capaz de se exprimir por meio da ironia.
O segundo ponto a ser destacado é que há consenso na opinião pública, assim como há amplo reconhecimento na academia, de que a educação pública de Pernambuco teve grande avanço no Governo Eduardo Campos, resultado do aumento significativo no volume de recursos investidos e do grande esforço de qualificação da qualidade do serviço oferecido à população.
Hoje temos mais escolas em tempo integral, mais escolas técnicas, mais merenda e melhor remuneração do pessoal, além de melhores notas no IDEB.
Os pais dos mais de 1 milhão de estudantes que freqüentam as escolas da rede sabem disso muito bem. É preciso lembrar ainda, pois parece que a direção do Sintepe esqueceu, que, na era Jarbas, a entidade por pouco não fechou suas portas.
Como o governo deixou de recolher na folha de pagamento a contribuição sindical dos servidores, a entidade se viu imobilizada e esvaziada.
A situação atingiu ponto tão crítico que o Sintepe chegou ao cúmulo de desrespeitar a legislação trabalhista e negar direitos a seus próprios funcionários, alegando falta de recursos.
Quem duvida, consulte a direção do Sindicato dos Jornalistas da época.
Enfim, os dirigentes do Sintepe têm todo o direito de sentir saudades do governo Jarbas Vasconcelos e, se não o fizeram, coerentemente deveriam ter votado nele nas últimas eleições.
Afinal de contas, escolhas políticas podem ser discutidas, mas são direito inalienável de quem as faz.
Evaldo Costa Secretário de Imprensa