Da assessoria da vereadora A líder de oposição à gestão municipal, vereadora Priscila Krause (DEM), foi à tribuna da Câmara do Recife na tarde desta quarta-feira (9) para denunciar vários fatos que colocam em suspeita a execução do carnaval do Recife.

Dois fatos chamam atenção: a privatização da venda do merchandising - que beneficiará uma empresa da Bahia - e as recorrentes entrevistas coletivas promovidas por João da Costa (PT) para anunciar assuntos relacionados à festa.

As coletivas são regadas de quitutes que, inclusive, serão motivo de pagamento pela Prefeitura de uma bagatela de R$ 852 mil.

Esse é o valor de uma licitação vencida por uma casa de recepção da cidade apenas para servir à Fundação de Cultura do Recife num período máximo de 12 meses.

A decisão foi publicada no Diário Oficial do Recife ontem (terça-feira, 8).

Nesta quinta, Priscila solicitará acompanhamento dos contratos e gastos da folia ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE). “Venho fazer essas denúncias porque são muitos contratos que precisam ser vistos com lupa.

O carnaval do Recife é uma festa consagrada, um produto de fácil comercialização, mas há um contrato assinado com uma empresa de fora de Pernambuco que vai receber verba de todos os patrocínios firmados com a Prefeitura”, afirma Priscila.

Um dos tópicos mais polêmicos do contrato assinado com a empresa é o que estabelece o lucro de 10% em cima de todos os patrocínios públicos firmados junto à PCR.

Na prática, parte da verba do governo do Estado - um tradicional patrocinador do carnaval recifense - beneficiará uma empresa privada. “Como uma verba pública, com destinação pública, vai beneficiar um ente privado?”, questiona a vereadora.

Em Olinda, por exemplo, a venda do patrocínio é realizada diretamente com as empresas interessadas, tanto públicas quanto privadas.

Priscila lembra que o ex-prefeito João Paulo (PT) criou em 2005, dentro da Secretaria de Cultura, a Diretoria de Captação de Recursos e Marketing Cultural, instalada com o objetivo principal de facilitar a venda desses patrocínios. “A máquina pública paga essa diretoria com o intuito de que ela realize esse trabalho.

Não podemos repassar para uma empresa privada”, registra Priscila.

Sobre os R$ 852 mil que serão gastos com serviços de bufê exclusivamente para a Fundação de Cultura Cidade do Recife, Priscila acrescenta que o edital de licitação possibilita a renovação do contrato por mais 60 meses, fato ainda mais espantoso.

Nesse caso, seriam pagos mais de R$ 5 milhões pelos quitutes.