Da Agência Estado Os brasileiros de alta renda – aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações – fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos nos bancos, segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o mercado de private banking.

Na comparação com o ano anterior, houve crescimento de 23% no total de ativos aplicados.

O private banking corresponde à área dos bancos que atua na gestão de patrimônio e consultoria de investimentos.

Houve crescimento tanto no volume de recursos investidos nos bancos quanto no número de brasileiros milionários.

O presidente do Comitê de Private Banking da Anbima, Celso Portásio, destaca que a alta é puxada pela expansão da economia, que gera aumento da renda e aquece o setor empresarial.

Com isso, aumentam as fusões e aquisições e as aberturas de capital, gerando novos milionários no país.

Geralmente, são famílias que vendem ações de empresas ou participações em companhias fechadas.

No ano passado, houve alta de 11% no total de milionários no Brasil, para 63.224 pessoas.

Os produtos preferidos dos milionários para aplicar recursos são fundos de investimento, que ficaram com R$ 162,2 bilhões dos ativos desses investidores em 2010.

Papéis de renda fixa, como títulos públicos emitidos pelo governo, respondem por R$ 118,6 bilhões.

Já as ações de empresas lançadas na Bolsa ficam com R$ 68,2 bilhões.

Os recursos restantes estão investidos em outros produtos, como poupança e planos de previdência, segundo o levantamento da Anbima.

Risco maior que o de investidores comuns Portásio destaca que os milionários preferem aplicações um pouco mais arriscadas, quando comparados com o investidor comum.

Um exemplo são os fundos multimercados, que respondem por 50,7% das aplicações dos endinheirados em fundos de investimento.

Na média geral do setor, a participação desses fundos, que aplicam em ações, renda fixa, câmbio e derivativos, é de 28%.

A distribuição nacional dos recursos dos milionários indica que São Paulo, maior cidade do país, concentra a maior parte das aplicações, com 55,3% dos recursos.

No Rio de Janeiro, estão 18,3%, em Minas Gerais e no Espírito Santo, 5,8%.

O Sul responde por 13%, seguido pelo Nordeste, com 5,5%, e pelo Centro-Oeste, com 1,8%.

O Norte apresentou número muito pequeno de clientes de alta renda (0,3%).

Portásio avalia que a participação maior de São Paulo é natural, pois o Estado tem a maior riqueza do país.

No entanto, outras regiões estão mostrando crescimento na participação dos recursos, como Rio de Janeiro, Centro-Oeste e Norte.

Os dados da Anbima foram coletados com os próprios bancos.

Esta é a primeira vez que a entidade divulga informações anuais do mercado de private banking.

O objetivo da entidade é fazer estatísticas regulares desse mercado, que até o ano passado não tinha dados consolidados.

Ao todo, 22 bancos passaram informações à Anbima.