Briga por cargos dá inicio à dissidência no PMDB Na Veja A sede do PMDB por cargos no governo já incomoda até mesmo membros do próprio partido.
Segundo reportagem do jornal O Globo, nesta terça-feira, um grupo de 12 deputados dará início à primeira dissidência formal da bancada na Câmara, lançando um manifesto contra o fisiologismo da legenda.
A divisão dos cargos do chamado segundo escalão provocou uma verdadeira guerra entre PT e PMDB, com direito a ameaças de peemedebistas sobre uma possível vingança contra o Planalto em votações importantes no Congresso.
A situação ficou ainda mais grave após a presidente Dilma Rousseff indicar Flávio Decat para a presidência de Furnas.
A nomeação de Decat, afilhado político do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), provocou revolta na bancada do PMDB da Câmara dos Deputados, principalmente dos parlamentares do Rio de Janeiro.
Eles reclamavam que o cargo é de indicação do PMDB da Câmara, e não do Senado.
Em troca, reivindicam a presidência da Eletrobras.
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem forte influência no comando de Furnas, é um dos mais insatisfeitos.
Ele disparou ofensas contra petistas e nomes que seriam indicados a cargos na estatal.
Percebendo o desgaste provocado na imagem da legenda por atitudes como essa, os 12 deputados dissidentes criaram a corrente “Afirmação democrática”, que funcionará como uma reedição dos “Autênticos do MDB” – grupo que lutou pela redemocratização do país nos anos 70. “A história e a imagem do PMDB ficaram desgastadas por causa dessa prática fisiológica.
Vamos mostrar que queremos distância disso.
Nós somos um grupo de deputados que quer resgatar a identidade do partido.
De forma clara, vamos condenar essa sofreguidão por cargos.
O que fica disso tudo é a sinalização de que o PMDB quer cargos para fazer negócios”, afirmou ao jornal o deputado Raul Henry (PMDB-PE).