Por FÁBIO GUIBU ENVIADO ESPECIAL A PONTA DE PEDRAS (AL) Sem o status das badaladas Porto de Galinhas (PE) e Maragogi (AL), as praias sem grife de Pernambuco e Alagoas atraem turistas que buscam a rusticidade e a sensação de isolamento, mas não abrem mão do conforto. “Primitivo sim, mas não jurássico”, afirma o engenheiro de Belo Horizonte Mário Ribeiro de Oliveira, 73, que passa o verão na praia de Lage, em Porto de Pedras (a 100 km de Maceió).
O local fica em uma vila de pescadores.
Ele se hospeda em pousada de luxo à beira-mar. “Busco o contato com as coisas mais simples, mas sabendo que tenho tudo o que preciso por perto”, afirmou.
Na praia de Lage, cercada por coqueirais, não há barracas nem vendedores ambulantes na areia.
As pousadas funcionam como ilhas de eficiência em meio à precária infraestrutura dos vilarejos.
Os visitantes, entretanto, dizem que as dificuldades fazem parte da aventura. “É preciso ter um pouco o espírito de desbravador”, diz o servidor público de Porto Alegre Rodrigo Rodrigues, 29.
Ele viaja pelo litoral de Alagoas com a namorada, Vania Knak, 27, e mais um casal.
Hospedados em flat em Maceió, o grupo passou pela praia de Barreira do Boqueirão, em Japaratinga (a 110 km de Maceió), com a ideia de “descobrir lugares”. “As praias desertas são as que mais trazem lembranças.” Eles só reclamam do lixo que encontram em alguns desses locais.
Copos plásticos e latinhas de refrigerante, por exemplo, estão por toda parte na praia do Porto, em Barreiros (120 km de Recife).
Frequentador do local, o secretário de Esportes do município, Geraldo Moreira, 42, atribui a sujeira à enchente de junho de 2010, quando o rio Una, que corta a cidade, destruiu casas e arrastou entulhos para o mar.
A dificuldade de acesso pode ser um entrave à limpeza.
Os turistas enfrentam nove quilômetros de estrada de terra para chegar à praia.
Com apenas um restaurante nos arredores, a maioria prefere levar comida e bebida.