Por Thiago Lins, repórter do Blog de Jamildo O filho do deputado federal João Paulo postou a nota hoje, em seu blog.
Segue, na íntegra, o texto do Joãozinho. É preciso reconhecer algo a respeito da cena política pernambucana: a luta solitária de Daniel Coelho para continuar sendo oposição merece nota de muito respeito.
Na minha opinião, não resta dúvida: Daniel Coleho é o elemento mais novo surgido na politica de Pernambuco.
E isso não é pouco, para quem tanto ouviu falar em renovação de meia boca.
A voz isolada dele é uma aguda alfinetada: num estado de conformismo e coronelismo, onde todos deputados querem ser do governo, o cara luta para firmar posição.
Tiro meu chapéu.
O problema que o deputado tem enfrentado é revelador de um estado de coisas: os partidos políticos em pernambuco tornam-se partidos de verdade quando se trata de proteger, parece piada, a flexibilidade vexatória de seu adesismo governista.
A reação do PV é absurda.
Nós que acompanhamos a campanha eleitoral de 2010, e vimos o comportamento de Daniel Coelho, percebemos a coerência de seus posiconamentos. É um partido que se volta contra sua própria dignidade.
Sou filiado a outro partido, opino aqui sobre a questão da tomada de posição política, elemento central da prática do metier de político.
Quando meus amigos me perguntavam o que é que eu tinha contra Marina Silva, eu baixava a cabeça, meio triste, porque tinha respeito pela candidata, e silenciava pensando nesse tipo de coisas.
O jovem deputado vem sofrendo por querer ser um político de posição, algo que merece muito mérito num contexto político como o nosso.
Resta saber se terá força nas pernas para se manter de pé com a dignidade que vem mostrando até aqui.
Do lado de cá, pensando numa frase geralmente atribuída a Voltaire, diria que discordo basicamente das posições políticas dele, mas lutaria até o fim pelo direito dele de poder defendê-las.
Encontro aí razão suficiente para minha nota.