A ministra Laurita Vaz, do STJ, de voto pela extinção do processo, em que o procurador Luis Fernando Dias dos Santos era acionado por tentar matar, com um tiro, a esposa Maria da Costa Carvalho.

O caso arrastava-se nos tribunais há mais de 30 anos.

No ano de 2005, a vítima, que havia ficado cega em função da agressão, acabou morrendo de câncer.

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O caso de Maria do Carmo é emblemático de como a jurisdição para casos de violência contra a mulher era bem pior.

De acordo com as informações da denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco à Justiça, na noite de 15 de abril de 1978, a advogada Maria do Carmo da Costa Carvalho saiu em passeio com marido, o procurador Luiz Fernando Dias dos Santos.

Próximo à Praia de Piedade, no Grande Recife, ele parou o carro e anunciou que iria matá-la.

Maria tentou fugir, mas foi impedida pelo companheiro, que a puxou pelos cabelos, colocou sua cabeça sobre a perna e atirou.

A bala atingiu a fonte direita da face da vítima, atravessou a cabeça até a perna do agressor e alojou-se no interior do veículo.

Ela ficou cega em decorrência do tiro durante 26 anos e faleceu de câncer em 2005.Ela chegou a fazer quatro cirurgias no crânio, e, além de ficar cega, teve dificuldades na audição e problemas motores.

Segundo a denúncia do MPPE, discussões frequentes do casal culminaram no crime.

O marido teria chegado a fazer uma ameaça de morte.

Após o disparo que feriu ambos, Luiz Fernando foi até o Hospital da Aeronáutica.

Em função da gravidade do caso, a paciente foi encaminhada para o Hospital da Restauração.

O acusado sustentou a versão de um assalto.

Mesmo bastante ferida, Maria informou que o marido a tentou matar.

O radialista Gino César estava no hospital na hora da chegada do casal e ouviu as declarações da vítima.

Segundo consta nos autos, ela teria dito que “não procurassem por assaltantes”.

A denúncia contra o agressor só foi feita em 1984, seis anos depois do crime.

No ano passado, um novo júri tentou julgar a tentativa de homicídio, sem sucesso.

Inicialmente, o caso foi julgado em 2000, mas manobras da defesa conseguiram que o acusado respondesse em liberdade.

Na época, o irmão do procurador era o secretário de Segurança Pública, Sergio Higino Dias dos Santos.