O Globo, com agências internacionais Após quatro dias com a internet fora do ar no Egito, o Google anunciou nesta segunda-feira um serviço para ajudar os egípcios a usar o Twitter e burlar a censura no país, na véspera do que é esperado como o maior protesto dos últimos 30 anos contra o governo Hosni Mubarak.
O Twitter e o Facebook foram cruciais para a organização dos protestos na Tunísia.
Eles também cumpriam papel importante no Egito, até serem bloqueados pelo governo, que chegou ao extremo de tirar toda a internet do ar para impedir completamente o uso de redes sociais pelos revoltosos.
Nesta segunda-feira o último provedor de internet do país que ainda funcionava também saiu do ar, segundo a empresa de segurança Renesys.
O provedor Noor dava acesso aos setores de aviação e financeiro, incluindo a bolsa de valores do Cairo.
Para contornar essa censura, o Google trabalhou em parceria com o Twitter e a SayNow, uma empresa recém-adquirida pelo gigante da internet.
Após um fim de semana de trabalho, mesmo sem internet e celular, dois serviços que vêm sendo cortados com frequência nesta última semana, os egípcios poderão colocar as mensagens no Twitter, via qualquer aparelho de telefone Para isso, é preciso apenas discar um dos três números fornecidos pelo Google (+16504194196, +390662207294 e +97316199855), deixar uma mensagem de voz e automaticamente, após convertida, ela estará publicada no Twitter com a hashtag #egypt.
As mensagens poderão ser vistas no Twitter @speak2tweet ou ouvidas através desses mesmos números de telefone.
Uma fonte próxima ao assunto disse que o Google, cujo lema é “Não seja mau”, não está tomando nenhum lado na crise do Egito, mas simplesmente dando acesso à informação.
A empresa já havia tomado atitude semelhante ao transmitir ao vivo imagens da cobertura da Al Jazeera no YouTube.
Dezenas das mensagens criadas por voz já aparecem no Twitter.
Elas duram desde poucos segundos até alguns minutos e trazem pessoas se identificando como egípcios e descrevendo a situação atual em várias partes do país. “O governo está espalhando rumores de medo, assaltos e violência”, diz uma das mensagens, em inglês, “As únicas ocorrências de roubo foram feitas pelos próprios policiais”.