Na primeira missão como líder do PT no Senado, Humberto Costa passou por sua primeira prova de fogo.
O petista pacificou os ânimos no partido na disputa pelos cargos na Mesa e nas comissões.
Marta Suplicy (SP) e José Pimentel (CE) disputavam a indicação à primeira vice-presidência e os senadores Delcídio Amaral (MS) e Eduardo Suplicy (SP) a presidência da CAE (Comissões de Assuntos Econômicos).
Nos dois casos a disputa poderia ir para voto, o que poderia gerar atritos entre os parlamentares.
Para evitar o desgaste, o PT decidiu estabelecer um rodízio de um ano – semelhante ao que vai ocorrer na liderança – para que todos tenham a possibilidade de ocupar a vaga.
Os senadores agora devem discutir para definir quem ocupará o posto primeiro. “A reunião chegou a um denominador comum.
Nós resolvemos por consenso que vamos estender o critério da rotatividade também para a participação nas mesas, na presidência das mesas.
Entendemos que esta uma bancada rica de pessoas com uma larga experiência política e que podem dar esta experiência ao Senado Federal e à representação do nosso partido.
E, portanto, decidimos que os presidentes de comissões que estarão representando o PT, eles farão um rodízio a cada ano.
De comissões e também da Mesa”, afirmou Humberto Costa.
Segundo o senador, não haverá nenhuma crise e o entendimento sobre o rodízio se dará de forma tranqüila. “Toda celeuma que havia se transformou agora apenas num debate da oportunidade de quem começa.
Então, Pimentel e Marta vão se sentar e definir quem vai para o primeiro ano, quem vai para o segundo ano.
Da mesma formam Eduardo Suplicy e Delcídio na Comissão de economia.
E a próxima Comissão que nós tivermos, e nós esperamos que seja a de Infraestrutura, o Lindberg está sozinho como candidato por enquanto, mas ele será democraticamente convidado a ceder a outra companheira ou outro companheiro”, garante.
Além da composição dos cargos, o PT também discutiu a formação de um bloco partidário com partidos que dará sustentação ao governo Dilma.
O grande empecilho agora é o PMDB, que ao contrário do que aconteceu na legislatura passada, se manifestou contra a contagem de vagas na presidência do Senado baseado nas comissões.
O novo critério favoreceria o PSDB, partido de oposição ao Governo Federal. “Esse é motivo de uma grande preocupação nossa porque diz respeito à viabilidade da existência dos blocos aqui no Senado Federal.
Ainda a posição do PMDB não foi feita formalmente, mas é pela mudança dos critérios de proporcionalidade para a ocupação das Comissões”, disse o petista.
De acordo com Humberto, o PT vai conversar com o PMDB para tentar buscar um entendimento. “De manhã nós tivemos uma reunião com o líder do PDT e o líder PSB e eles são de total concordância que nós não aceitemos este critério.
Então a maior parte do tempo que nós gastamos a reunião foi para fechar um posicionamento que queremos que prevaleça o critério da proporcionalidade, levando em conta a existência dos blocos.
E vamos, se não hoje, amanhã, assim que for possível, ter uma conversa com o líder do PMDB onde nós vamos manifestar esta insatisfação e essa nossa não aceitação da adoção deste novo critério”.