Catia Seabra, da Folha de São Paulo Um dos principais interlocutores do ex-governador tucano José Serra, o deputado Jutahy Magalhães Jr (PSDB-BA) acusou nesta quinta-feira (27) o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, de “atitude indigna”.

Segundo Jutahy, Guerra criou uma ideia de fato consumado para que os deputados do partido aderissem a um abaixo-assinado em favor de sua recondução à presidência do partido.

A reunião aconteceu na manhã de ontem. “A atitude do presidente Sérgio Guerra foi indigna e o desqualifica como presidente do partido.

Ele fez um pronunciamento, numa reunião convocada exclusivamente para eleger o líder, passando a ideia de que havia um acordo desrespeitoso da cúpula”, criticou. “Vamos reagir”, disse.

Derrotado na corrida presidencial, Serra manifesta interesse pela direção da sigla para se manter em evidência.

Segundo tucanos, a articulação teve aval do ex-governador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) foi consultado por telefone –inclusive durante a reunião– sobre o abaixo-assinado, que, na prática, impõe barreiras a uma candidatura de Serra à presidência do partido.

Mas, de acordo com Jutahy, Alckmin foi informado que o movimento contava com a anuência de todos os governadores.

Ausente à reunião por motivos pessoais, Jutahy disse ter consultado Guerra sobre a hipótese de não comparecer.

Em resposta, o presidente do PSDB teria descartado a necessidade de sua presença. “O papel do presidente é lutar pela unidade e pelo fortalecimento do partido e não tentar criar um fato consumado baseado na traição a princípios elementares”, disse Jutahy.

O deputado Vaz de Lima (SP) –que se recusou a assinar o documento– disse ter se queixado ao líder recém-eleito, Duarte Nogueira (SP). “Isso não foi debatido.

Não vou assinar nenhum documento sem discussão.” Um dos operadores do movimento, o deputado Bruno Araújo (PE) disse que a intenção foi criar uma estabilidade interna no partido.