Ayrton Maciel, do Jornal do Commercio Efeito zero.

Peemedebistas dissidentes revelam não ter se intimidado com o artigo transformado em carta-advertência pelo presidente licenciado e atual vice-presidente da República, Michel Temer, e encaminhado aos membros das Executivas estaduais e das capitais.

Na correspondência, Temer – de forma clara – fala em alinhamento de pensamento e fidelidade às decisões da maioria, sob pena de ser apontada aos dissidentes a porta da rua e até mesmo a expulsão aos “recalcitrantes”. “Não me incomodei”, desconsiderou ontem o deputado federal reeleito Raul Henry, integrante da estadual do PMDB, que é “jarbista”, foi adversário de Lula e é oposição ao governo Dilma Rousseff.

A carta de advertência de Michel Temer, que não tinha ainda se licenciado da presidência nacional do PMDB, foi a simples transformação de artigo publicado no jornal Folha de S.

Paulo em correspondência.

Entre as frases ameaçadoras, Temer diz que “a disputa local não autoriza a insurgência contra a decisão nacional” – numa referência aos que ficaram como o tucano José Serra na disputa de 2010 –, que aqueles que não se conformarem com as decisões nacionais do partido poderão se desligar do PMDB “sem que este exija o mandato” e que “o desatendimento a tal orientação deverá ensejar a expulsão do recalcitrante”.

Uma das vozes dissoantes do PMDB no Senado Federal, o gaúcho Pedro Simon – histórico peemedebista, ao lado de Jarbas Vasconcelos – também recebeu a correspondência de Michel Temer. “Ele não deu bola”, revelou o assessor de imprensa de Simon, Luiz Fonseca, colocando o desprezo do senador pelo “puxão de orelha”.

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