Quem deve ser o lider da oposição na Alepe?customer surveys Uma oposição com apenas dez das 49 cadeiras da Assembleia Legislativa - uma representação de 20% - não podia nunca se dar ao luxo de ver dois dos seus membros, Daniel Coelho (PV) e Tony Gel (DEM), brigando pela liderança da bancada.
A quantidade de cadeiras é insuficiente para barra qualquer projeto do Executivo.
Com a base de apoio que tem, o governador Eduardo campos (PSB) aprova, inclusive, Propostas de Emenda Constitucional.
Mais questionável ainda é o pano de fundo deste embate: uma questão paroquial e eleitoral, que nem de longe passa pela qualidade de cada parlamentar que deseja a função.
Ex-prefeito de Caruaru, Tony iria apoiar (“dobrar” no vocabulário político) Sérgio Guerra (PSDB) para a Câmara Federal no ano passado.
Recebeu, inclusive, apoio financeiro do tucano dois anos antes, quando colocou a então secretária de Educação Ivânia Porto para disputar e perder para o atual prefeito José Queiroz (PDT).
Depois disto, Tony , porém, mudou de posição e passou a dobrar com Augusto Coutinho, genro do deputado federal José Mendonça (DEM), de quem Guerra quer distância.
E vice-versa.
O cacique do PSDB em Pernambuco até hoje não engoliu a quebra de acordo de Tony Gel.
Além dos cinco deputados do PSDB, ele na Assembleia lidera também o ex-vereador do Recife Ramos, do PMN, controlado por Raul Jungmann.
Ou seja, Sérgio Guerra conta com seis parlamentares, enquanto Tony Gel tem apenas o colega Maviael Cavalcanti (DEM) e o jarbista Gustavo Negromonte (PMDB).
Por isso, Guerra bate o pé e não desiste de bancar a indicação de Daniel, mesmo com a interpretação majoritária de que o regimento interno da Casa veda a indicação do verde.
O motivo: por maioria dos votos, a Executiva do PV votou pela adesão formal ao governo.
Indicou, inclusive, o seu presidente, Sérgio Xavier, para a pasta de Meio Ambiente.
Daniel, por sua vez, tem todo o interesse de fazer barulho.
Deseja, além de expor a legenda como adesista, garantir a liderança da bancada como vitrine e, quem sabe, estar na mesa de discussão da corrida pela PCR em 2012.
Neste jogo de xadrez, cada um tem um interesse em particular.
O que deixa claro que a preocupação de fazer uma oposição consistente, diante da inferioridade numérica, não é a prioridade.
Assim, Eduardo Campos pode dormir tranquilo em relação à Casa de Joaquim Nabuco.
Com a garantia de que, ao menos, o primeiro ano vai continuar sendo em clima de paz.