Por Gustavo Holanda Dias A COVEST divulgou na sexta-feira (21) o resultado do Vestibular 2011 da instituição.

Na lista, entre as 10 maiores notas, 8 eram de alunos egressos de instituições públicas de ensino, sendo que as três primeiras posições foram ocupadas por vestibulandos do curso de Música.

Comparando o resultado divulgado com aqueles apresentados em anos anteriores, havia um quê de inédito.

O “listão” parecia revelar algo positivo para a sociedade, pois esse resultado significaria que o nosso ensino público é de qualidade.

Mas não é bem assim, ao menos ainda.

Os alunos das escolas públicas foram beneficiados com um acréscimo de 10% sobre suas notas.

Quem está familiarizado com a realidade de concursos vestibulares sabe o quanto faz diferença alguns décimos a mais.

Além disso, especificamente quanto aos vestibulandos de música, o vestibular previa a realização de uma prova prática de habilidade.

A nota do teste prático foi somada à nota do exame teórico e obtida a média.

Em vestibulares pretéritos, nos quais ocorreu a mesma prova prática, essa nota era computada apenas entre os avaliandos do curso, sem efeitos na classificação final, no “listão” tão esperado pelos “feras”.

Em que pese o mérito desses alunos, diante das regras estabelecidas pela COVEST, resta indagar se o resultado, previsível, foi fruto de um erro de fixação de critérios ou uma tentativa mal sucedida de levar à sociedade informação substancialmente falsa.

O ensino público nas escolas brasileiras ainda é precário.

Nosso estado ostenta vergonhosos índices de (má)qualidade.

Após uns instantes de satisfação, imaginando que tínhamos um excelente ensino nas escolas públicas, voltamos à realidade sem demagogias: infra-estrutura precária, professores mal remunerados, violência, alunos desestimulados e péssimos resultados.

Bacharel em Direito pela UFPE.

Servidor do TJPE.