Da Agência Câmara O governo brasileiro quer confirmar o aumento nos valores pagos ao Paraguai pela energia excedente da usina hidrelétrica de Itaipu.
Mas, no Congresso, onde o acordo precisa ser aprovado, ainda há resistência da oposição.
Pela proposta, o pagamento pela cessão da energia paraguaia passaria de U$ 120 milhões para U$ 360 milhões por ano.
Para o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), trata-se de um ato de entreguismo do Brasil.
Ele lembra que a usina de Itaipu foi construída totalmente com recursos brasileiros. “Essa revisão do tratado vai significar um ônus imenso que, sem dúvida nenhuma, vai ser repassado para o consumidor, para o industrial, para o produtor brasileiro.” Mas, segundo o deputado Dr.
Rosinha (PT-PR), o Brasil tem condições de arcar com o aumento, e a Eletrobras não precisará repassar a despesa extra para as contas de energia elétrica do brasileiro.
Para Dr.
Rosinha, os ganhos sociais e geopolíticos justificam a concessão ao país vizinho. “Itaipu não é uma companhia, não é uma empresa que foi planejada para fazer o crescimento do País ou planejada para corrigir déficit energético brasileiro.” De acordo com o parlamentar, Itaipu foi planejada para resolver uma demanda antiga de fronteira com o Paraguai. “Era uma demanda que vem de antes da Guerra do Paraguai e que se agravou com o conflito.
Então foi criada Itaipu para que inundasse as áreas geográficas de disputa de fronteira.” Dr.
Rosinha defende que a ajuda do Brasil ao desenvolvimento do Paraguai evitará que os paraguaios da fronteira busquem solução para seus problemas sociais no lado brasileiro.
Há ainda, segundo o deputado, acordo para que os novos recursos sejam utilizados também para regularizar a situação de brasileiros que vivem no Paraguai.
O acordo para revisão das tarifas foi assinado em julho de 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente do Paraguai, Fernando Lugo.