Por Pedro Dantas, da Agência Estado O vice-presidente da República, Michel Temer, disse que o PMDB está “amainado” e “satisfeito” na disputa por cargos no governo Dilma Rousseff, mas disse que a legenda voltará a discutir a questão depois das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados. “O PMDB amainou.

O partido conseguiu os ministérios que conseguiu.

Teve uma redução na sua densidade ministerial.

Sobre a questão dos demais cargos, eu mesmo propus que ficasse para depois das eleições na Câmara dos Deputados”, disse Temer.

As declarações foram feitas após a participação dele no 2º Congresso da Conferência Mundial de Justiça Constitucional, no Hotel Sofitel, em Copacabana, na zona sul do Rio.

Apesar de admitir que a discussão deve voltar entrar novamente em pauta, após a disputa eleitoral na Câmara, Temer ressaltou que a decisão sobre cargos será da presidente. “Ainda não houve a distribuição dos os cargos de segundo escalão.

Quando este problema vier, não apenas o PMDB, mas todos os partidos vão apresentar (suas sugestões) e a presidente determinará o que será feito”, afirmou.

Ele descartou qualquer possibilidade de boicote ao governo nas futuras votações. “Não haverá isto.

Nem da parte do PMDB, nem da parte dos demais partidos.

O Congresso brasileiro é responsável.

Tenho absoluta certeza de que isto não ocorrerá”, enfatizou.

Temer declarou que não teme dificuldades para o PMDB obter cargos no Ministério da Saúde, mesmo após a divulgação sobre a investigação do suposto desvio de R$ 500 milhões da Fundação Nacional de Saúde. “Se houve desvio, isto será investigado e as sanções aplicadas.

No caso do Ministério da Saúde, o líder do PMDB já esteve com o ministro Alexandre Padilha.

Eu mesmo fiz a intermediação deste encontro.

Eles ajustaram que em conjunto escolherão os nomes.

O nome não será do PMDB, mas será escolhido em conjunto”, revelou.

O embate entre lideranças do PT e do PMDB começaram logo após o surgimento dos nomes dos futuros ministros do governo Dilma, ainda no ano passado.

Recentemente, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, afirmou que seus correligionários precisavam “ser convencidos” pelo governo do valor proposto pelo Planalto, de R$ 540, para o salário mínimo.

Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmara que Dilma vetaria qualquer valor acima desta proposta, anunciou que o governo editará uma medida provisória estabelecendo o valor R$ 545 reais, a partir de 1º de fevereiro.