Por Priscila Krause, líder da oposição na Câmara No mesmo dia em que o prefeito do Recife, João da Costa (PT), retornou às atividades após 101 dias de licença médica, a líder de oposição à gestão municipal, vereadora Priscila Krause (DEM), cumpriu extensa agenda de atividades.

Em contraponto à pirotecnia do prefeito, Priscila decidiu visitar o “Recife real”.

Seu roteiro teve início nas obras de duplicação do viaduto Capitão Temudo (Joana Bezerra).

Prometida desde 2008, a obra tem dificuldades de ser inaugurada pela falta de planejamento da PCR.

Na visita, a vereadora apurou que o recifense só vai usufruir das novas pistas do viaduto após a administração municipal liberar mais R$ 12 milhões para as empreiteiras responsáveis (Galvão/Braenge).

Priscila Krause também conferiu a situação da Bacia do Vasco da Gama, à margem da Avenida Norte, em Casa Amarela – repleta de lixo e vegetações impróprias -, além da situação do Rio Morno, em Nova Descoberta, retrato do descaso da gestão com a causa ambiental.

No quarto compromisso da manhã dessa segunda-feira (17), a líder de oposição foi entrevistada no programa Folha Política, da emissora Rádio Folha FM (96,7).

Confira abaixo alguns trechos destacados: O RETORNO DO PREFEITO à “Primeiro eu gostaria de dizer que fico muito feliz com o retorno do prefeito João da Costa, porque significa que ele se recuperou bem da cirurgia e foi uma torcida geral, lógico, porque era um problema de saúde.

Se os nossos partidos nos afastam, a dimensão humana nos une e eu faço votos de que a saúde dele melhore a cada dia. É difícil fazer essa comparação entre João Paulo e João da Costa porque na verdade eles são irmãos quase que siameses, embora a gente esteja vendo aí essa briga entre eles, que inclusive prejudica a cidade imensamente, essa querela entre os dois…

Por outro lado eu acho que ambos devem uma satisfação ao recifense.

O que é que aconteceu entre as paredes da Prefeitura, ou fora da Prefeitura, que foi capaz de destruir uma amizade de tantos anos?

A consequência disso é realmente tirar o foco, o Recife está fora do foco do prefeito e o que está na preocupação dele infelizmente é uma briga com o seu antecessor” GESTÃO SEM FOCO à “Eu acho que o prefeito não tem que estar preocupado em recuperar a imagem dele e sim em gerir a cidade.

Por quê?

Recuperar a imagem dele, como foi para João Paulo, significa dinheiro em propaganda oficial e não é disso que o Recife está precisando.

O Recife não precisa de propaganda oficial, precisa de obras, de manutenção.

A gente fala em obras, mas a cidade não tem a manutenção sequer.

Eu acho até interessante o prefeito colocar como um dos seus eventos do dia de retorno olhar o recapeamento de uma pavimentação. É fazer da manutenção da cidade um fato pirotécnico.” PROMESSAS X REALIDADE à “O que me preocupa é porque se nós pegarmos edições de jornais anteriores, principalmente de final e início de ano, a conversa é a mesma.

Do prefeito que iria às ruas, que ia dar uma cara dinâmica à gestão, uma cara nova à cidade, e isso na verdade não aconteceu em momento nenhum.

Parece que quando dá final de outubro, começo de novembro, até março, abril, aí vem uma avalanche de anúncios, de promessas, que não mudam a realidade da cidade.” DÍVIDA à “Hoje os gestores eles precisam se basear dentro dos princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Você não pode deixar para a gestão seguinte dívidas que o dinheiro não esteja em caixa.

Isso significa que João Paulo não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que configura crime de improbidade administrativa.

Isso é uma questão.

A outra questão, que para mim é fundamental, é que talvez tenha sido muito mais conveniente para o prefeito João da Costa revelar isso agora mais uma vez pelas suas questões pessoais, porque ele é extremamente personalista…

A gente sabe que durante os dois últimos anos da gestão João Paulo, a ação da Prefeitura foi absolutamente voltada no uso da máquina com todos os recursos possíveis e impossíveis para criar uma imagem de João da Costa e fazê-lo prefeito da cidade do Recife.

Então ele nada mais é que cúmplice dentro dessa farra financeira que houve na Prefeitura.” DONA LINDU à “O que me chamou atenção na verdade foi o prefeito dizer que teve que colocar mais R$ 30 milhões.

Então quanto custou aquela obra?

Sessenta milhões?

Você já teve R$ 2 milhões de projeto, mais R$ 200 mil de propaganda, aquela campanha institucional que teve que era para fazer de conta que era um parque verde, que na maquete a parte de cimento, de concreto, era bem pequenininha…

Depois, mais R$ 30 milhões do projeto, que ainda teve um aditivo que não me recordo de quanto, que era para atualizar os equipamentos internos.

Quanto é que foi isso?

O que eu vou fazer?

Repetir pela milésima vez um pedido de informações em relação ao Parque Dona Lindu pedindo realmente o valor final.” OPOSIÇÃO à “Precisa ser um trabalho constante.

Nossa ação tem que ser voltada para mostrar as diferenças entre a cidade real e a cidade da propaganda institucional, mostrar essas diferenças, e se a população julgar que o projeto da oposição é um projeto mais oportuno isso vai ser julgado no período eleitoral.

Agora o nosso trabalho se dará da mesma forma (em 2011). É natural que mais para frente se comecem as conversas e costuras entre partidos visando especificamente as eleições.

Fiscalizar é um trabalho constante.”