Em O Globo.com O filho do joalheiro morto por membros do grupo esquerdista do ex-militante Cesare Battisti, Alberto Torregiani, afirmou nesta segunda-feira que poderá vir ao Brasil, caso seja necessário, para dar sua versão dos fatos que pesam contra o ex-ativista italiano, como a acusação de ter cometido quatro assassinatos. - Neste momento, não é minha intenção ir ao Brasil, porque estou levando em frente minha batalha com diversas iniciativas - afirmou ele à Agência Ansa.
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Alberto é filho do joalheiro Pierluigi Torregiani, que morreu durante um tiroteio contra membros do PAC.
Ele disse, no entanto, que sua vinda ao Brasil poderia acontecer para mostrar às pessoas a verdade: - Ficaremos em alerta para a possibilidade de explicar claramente às pessoas que queiram saber a verdade.
Torregiani informou que tem recebido convites de políticos brasileiros e de “pessoas comuns” que apoiam o pedido da Itália pela extradição de Battisti.
Foi Torregiani quem organizou uma das manifestações que ocorreram na Itália em frente as sede de representações diplomáticas brasileiras.
Tarso Genro critica reação de políticos italianos no caso Battisti Ainda de acordo com a Agência Ansa, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro afirmou que a reação dos políticos italianos diante da decisão do Brasil de não extraditar Battisti foi “excessiva” .
Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal “La Stampa”, o atual governador do Rio Grande do Sul disse que algumas autoridades italianas agiram com “incivilidade e vulgaridade”.
Foi Genro quem concedeu refúgio político ao ex-militante em janeiro de 2009.
O ex-ministro explicou ainda que, nas condições em que o processo foi julgado na Itália, “a condenação de Battisti está impregnada de dúvidas”, e em “qualquer sistema jurídico democrático”, a dúvida em relação às provas também é uma dúvida sobre o próprio crime.