Por Márcio Falcão e Maria Clara Cabral, na Folha.com Líderes do PT no Nordeste entregaram nesta quarta-feira ao presidente do partido, José Eduardo Dutra, uma lista de reivindicações da região para a composição do segundo escalão do governo Dilma Rousseff.

Os petistas nordestinos reclamam que foram “subrepresentados” na composição do ministério e agora esperam ser compensados.

Entre os desejos dos petistas estão os principais cargos na região e alguns que são tradicionais redutos de aliados como PMDB e PSB.

O PT visa o controle de companhias estratégicas no Nordeste, como Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), que também são objeto de desejo do PSB que retomou o controle do Ministério da Integração Nacional.

Os petistas querem ainda indicar diretores do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra as Secas), hoje com o PMDB, além de apresentar nomes para a BR Distribuidora, representações regionais da Petrobras e o Banco do Nordeste do Brasil.

O ex-prefeito de Recife e deputado eleito, João Paulo, disse que o partido busca uma unidade interna e não pressionar a presidente. “Primeiramente é preciso definir o que é do PT.

Depois o presidente Dutra vai buscar uma unidade e depois levar isso para a presidente e os ministros”, disse.

Alguns cargos são pleiteados por mais de um diretório petista na região.

Segundo o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), a movimentação do PT do Nordeste em torno de espaço é natural e deve ser feita por outros aliados. “Não tem essa história de porteira fechada.

Achamos que é possível dividir as responsabilidades”, afirmou.

O primeiro escalão de Dilma conta com três indicações do PT do Nordeste patrocinadas pelo governador Jaques Wagner (Bahia): Afonso Florence (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Luiza Bairros (Igualdade Racial) e Mario Negromonte (Cidades), que apesar de ser da cota do PP teve o apoio do governador petista.

Ferro reclamou da composição. “O PT está subrepresentado no ministério do Nordeste tem que ser compensado no segundo escalão”, disse.

O governador de Sergipe, Marcelo Deda, brincou com o fato de não ter emplacado indicações. “Eu estava brincando de baralho, mas embaralharam minhas cartas e eu fiquei sem nada.

Eu vi que me sobrou uma carta na manga e que poderia montar meu próprio ministério e montei meu próprio ministeriozinho em Sergipe”, disse.