Do Jornal do Commercio O maior desafio do ordenamento do comércio informal do Centro do Recife se chama Avenida Dantas Barreto, que corta os bairros de Santo Antônio e São José. É a maior concentração de irregularidades por metro quadrado.

Tem de tudo.

Frutas, artigos eletrônicos, fogão, gaiolas, móveis, panela, bicicleta, artigos de cozinha, redes e roupas sendo vendidas no meio da calçada.

Difícil mesmo de encontrar é espaço para pedestre.

Andar com tranquilidade só se for no meio da rua.

A Dantas Barreto apresenta ainda uma particularidade em relação às Ruas 7 de Setembro e do Hospício, primeiros alvos da operação Recife!

Nosso Centro.

Os donos de loja, estabelecidos formalmente, competem com os camelôs.

O passeio público vira extensão do estabelecimento comercial.

Esquina virou vitrine.

Em alguns pontos, existem prateleiras de produtos no meio da rua.

Há até loja de roupa que coloca o manequim do lado de fora.

Até o Carnaval, a prefeitura promete ordenar a via.

Com a quantidade de camelôs, as paradas de ônibus não são respeitadas.

Muita gente espera o transporte no meio da avenida. “Aqui tem espaço para tudo, menos para a gente.

Olhe a quantidade de tabuleiros na calçada. É um absurdo”, reclamou a aposentada Antônia Maria Pedrosa.

Os telefones públicos também viraram ponto de comércio.

Quem quiser fazer uma ligação precisa pedir licença a uma vendedora de pipoca.

O banco de madeira é colocado bem embaixo do orelhão.

Lá, a legislação que regulamenta placas de publicidade não chegou.

Uma aula de poluição visual.

Placas anunciando promoção obstruem o caminho.

Luminosos sacam da fachada das lojas.

O fim da avenida é a parte mais crítica, a maior lição de tudo o que não deve ser feito quando o assunto é ordenamento urbano e acessibilidade.

No ponto localizado próximo ao antigo Mercado das Flores há vários barracos de madeira na calçada.

Alguns ambulantes transformaram a via pública em casa.

O mesmo local onde são comercializadas frutas, bebidas alcoolicas e comida também serve de moradia.

Em agosto do ano passado, o JC denunciou o problema.

Até agora, permanece tudo do mesmo jeito.

O comerciante Ademir Fernandes de Souza Filho, 40 anos, está há 15 no local.

Ele vende bebida alcoolica e lanche.

Na barraca apertada, há lugar para uma cama e um sofá.

O piso é a calçada mesmo.

No fim do camelódromo, bem próximo à Praça Sérgio Loreto, existe a feira do troca-troca.

Ontem, policiais militares impediram o comércio no local.

A desordem é tamanha que até as paradas de ônibus, procuradas por turistas que desejam conhecer o Litoral Sul de Pernambuco, sumiram.Algumas cadeiras de plástico e uma lona minimizam o efeito da espera no sol.

Dois orelhões ficam espremidos entre as barracas dos camelôs e a parada improvisada.

A Dantas Barreto tem 1,6 quilômetro de extensão.

Só no Camelódromo são 1.202 bancas, barracas e fiteiros permitidos pela prefeitura.