Por Daniel Guedes e Ana Laura Farias O Governo do Estado diz acreditar na recuperação do prefeito do Recife, João da Costa (PT), que continua sendo o nome da situação para disputar a Prefeitura da capital no próximo ano.
Para o secretário estadual da Casa Civil, Tadeu Alencar, o gestor do Recife conseguirá reverter a baixa popularidade.
De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha publicada no final do ano passado, a gestão João da Costa é aprovada por apenas 30% da população.
Tadeu Alencar foi o quarto sabatinado da série de entrevistas que o Blog de Jamildo está fazendo com os novos secretários do governador Eduardo Campos (PSB), desde a semana passada.
Alencar disse seguir a cartilha do governador evitando, ao menos publicamente, falar sobre política. “A gente tem se recusado a discutir esse assunto”, alegou.
Mas afirmou acreditar que o prefeito do Recife conseguirá reverter o quadro de baixa popularidade mostrado pela pesquisa. “Sou otimista.
João da Costa vai se recuperar”.
O prefeito do Recife recebeu uma avaliação positiva de 30% da população.
Outros 37% dos entrevistados avaliam o governo municipal como regular, e 31% classificam a gestão como ruim ou péssima.
Com uma nota média de 5,3, a taxa de aprovação de João da Costa se mantém estável em relação a levantamentos anteriores, realizados em março e dezembro de 2009.
Tadeu Alencar evitou ventilar o nome do atual secretário de Governo, Maurício Rands (PT), como possível “plano B” para as eleições de 2012.
Mas não poupou elogios ao petista, a quem chamou de “amigo de longa data” e “embaixador do Governo de Pernambuco”. “Maurício é um quadro político em qualquer circunstância”, afirmou.
O secretário negou também a tese de que a aproximação do governo com o PV seja uma estratégia para minar o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT).
Nos bastidores, o comentário é que João Paulo quer disputar a PCR no próximo ano.
Isolado em seu atual partido, uma opção seria deixá-lo para dar prosseguimento ao seu suposto plano.
O PV seria uma opção. “João Paulo é um aliado nosso”, afirmou, alegando que seria “esdrúxulo” imaginar que a aproximação com os verdes é uma estratégia para vetar João Paulo.
CASO EMPETUR - Ao falar do caso da Fundarpe, no final do encontro, o auxiliar de Eduardo Campos repetiu que o governo Eduardo Campos ficou desconfortável com as denúncias da oposição, mas não concorda com eventuais erros.
Ele tentou minimizar o episódio ao afirmar que, no passado, em gestões anteriores, também teria ocorrido irregularidades na realização de shows, sem que o Estado tivesse uma política cultural, apenas terceirizando a realização de eventos.
Também disse que muitas das recomendações feitas pelo TCE já estão sendo adotadas pelo governo, mas sem dar destalhes.
PARTIDO VERDE - Sobre a negociação com o Partido Verde para a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Tadeu diz que as negociações estão próximas do fim".
Sérgio Xavier e o governador Eduardo Campos ainda não fizeram nenhum lançamento oficial.
O PV criticou, na época da campanha de Xavier, algumas políticas ambientais do Governo, especialmente em Suape.
Eduardo Campos delimitou a área de desmatamento em 600 hectares, o que ainda pode ser considerado uma dimensão bem nociva ao meio ambiente.
A área corresponde a 600 estádios de futebol.
ASSEMBLEIA - “André Campos é um amigo muito querido, que também tem muita ligação com Ettore [Labanca]”.
Ele disse que considera natural a recondução de Guilherme Uchoa à presidência da Alepe.
Quanto à primeira-secretaria da Assembleia, considerou “natural que André pudesse expressar a pluralidade de ideias”.
Campos chegou a pleitear o cargo, mas foi preterido, com a continuidade de João Fernando Coutinho.
DESAFIOS - O novo secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, tem uma dura missão pela frente. É responsável pela articulação política com a base aliada e a Assembleia Legislativa do Estado (Alepe).
Vai trabalhar em articulação com Maurício Rands, novo secretário de Governo, que assume a negociação com os ministérios e o Governo Federal. “A meta é cobrar”.
Tem também a missão de trabalhar com lideranças políticas e acomodar os partidos da base aliada. " A melhor forma de cooptação é fazer um bom governo", disse.
A experiência de Alencar é na área de Direito, tendo sido Procurador-Geral do Estado na primeira gestão de Eduardo Campos.