Da Agência Estado A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo informou nessa segunda que vai pedir ao Ministério Público (MP) investigação sobre suposto tráfico de influência do empresário e lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em repartições do Estado.
Segundo o PT, Ribeiro atuou como intermediário da Sistal Alimentação de Coletividade Ltda. em contratos firmados com estatais paulistas no valor total de R$ 23,5 milhões.
Ribeiro já é alvo de inquérito do MP por suspeita de tráfico de influência em administrações municipais em favor de outra empresa do setor, a Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda - fornecedora de merenda escolar para diversas prefeituras, entre as quais a de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, terra natal de Alckmin e de sua mulher, Lu, irmã do empresário.
Amparada em ordem judicial, a Promotoria fez buscas na residência e no escritório de Ribeiro no dia 27 de dezembro de 2010.
O PT avalia que a atuação do cunhado do governador não está restrita às prefeituras.
A assessoria técnica do partido rastreou contratos da Sistal com a Imprensa Oficial do Estado (Imesp) e com a Prodesp.
Os dados relativos a esses contratos constam de publicações no Diário Oficial e da relação de auditorias do Tribunal de Contas do Estado.
O PT não aponta irregularidades nas contratações, mas pretende que o Ministério Público as investigue dada a suposta ação de Ribeiro.
DEFESA - A Sistal, hoje EB Sistal, é uma das empresas líderes no mercado de alimentação escolar, segundo ela própria anuncia.
Promotores especialistas em inquéritos sobre crimes financeiros e violações ao patrimônio público investigam a Sistal por suspeita de pagamento de propinas a prefeitos.
Os representantes da empresa não foram localizados para falar sobre o caso.
O advogado Gilberto Menin, sócio do Menin Advogados, que defende Paulo Ribeiro, disse que seu cliente “não praticou qualquer ato ilícito”.
Menin observou que o inquérito corre sob sigilo. “Não posso me manifestar até como garantia para que as investigações corram da melhor forma possível.
Essa é a minha preocupação, em respeito ao sigilo.
Meu cliente tem colaborado, não se esquivou de depor.” Menin informou que estuda medidas para apurar o vazamento da investigação. “Causou estranheza o vazamento de inquérito sigiloso.” Procurado ontem pela reportagem para comentar a ligação de seu cunhado, Paulo Ribeiro, com as empresas citadas pela bancada do PT na Assembleia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não se manifestou.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.