Do Jornal do Commercio Depois de ordenar o comércio informal da Rua 7 de Setembro, no Centro do Recife, o poder municipal iniciou, na manhã de ontem, a segunda etapa da Operação Recife!

Nosso Centro para garantir acessibilidade e mobilidade na via.

Os 137 ambulantes que ganham a vida na Rua do Hospício, também no Centro, foram impedidos de armar seus tabuleiros desde as primeiras horas da manhã.

A partir de hoje, apenas 72 vão ter autorização da Prefeitura do Recife para voltar ao local.

Além de 280 servidores municipais, 121 homens da Polícia Militar, incluindo os do Batalhão de Choque, e do Corpo de Bombeiros participaram da ação.

Não houve conflito.

Mas um protesto está marcado para amanhã.

A Diretoria de Controle Urbano do Recife (Dircon) aproveitou a operação para retirar placas de publicidade irregulares.

O secretário de Planejamento, Controle e Obras do Recife, Amir Schvartz, informou que, durante a ação, três estabelecimentos que vendiam comida foram interditados pela Vigilância Sanitária. “Outras três lojas foram notificadas pelo Corpo de Bombeiros porque estavam com licença vencida.

Retiramos materiais de construção que obstruíam a calçada e demolimos rampas nos passeios públicos”, salientou.

Os servidores da prefeitura, aproveitando a desobstrução das calçadas, realizaram a limpeza de linhas d’água e galerias.

Muitos ambulantes ficaram revoltados com a falta de informação. “A gente não é contra a organização do comércio.

Queremos trabalhar dentro das regras, mas a prefeitura pega todo mundo de surpresa.

Não custa nada avisar.

Nunca vi ninguém trabalhar desta maneira”, informou Davi Freitas, 38 anos.

Ele ressaltou que a prefeitura precisa resolver o que vai fazer com os camelôs que ficaram de fora. “Muita gente que foi retirada da 7 de Setembro ainda não conseguiu trabalho.

Eles tinham prometido relocar as pessoas.” É o caso da vendedora de milho Joana dos Santos.

Ela negociava na Rua 7 de Setembro. “Estou há sete semanas sem trabalhar.

Criei meus filhos com minha carroça de milho.

E agora?

Não nos deram satisfação.” Elisângela Roberta Félix, vendedora de comidas de milho da Rua do Hospício, ficou na mesma situação. “Nem retirei a carroça do depósito hoje.

Fizemos um investimento de R$ 3,5 mil.

E agora?” Ontem, mais uma vez a prefeitura informou que aqueles que não foram contemplados vão ser encaminhados a programas de capacitação e geração de renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Recife em parceria com órgãos do governo do Estado e iniciativa privada.

Durante coletiva pela manhã, o secretário Amir Schvartz explicou que vendedores de milho vão passar por capacitação para comercializar os produtos dentro dos padrões. “Das 32 pessoas que ficaram de fora da 7 de Setembro, seis têm perfil para ocupar boxes de mercados públicos.

Outras dez entraram no lugar de comerciantes que não cumpriram a regra proposta pela prefeitura.

Muita gente já conseguiu trabalho em outro lugar.” O secretário comunicou que o poder municipal estuda comprar um terreno da Igreja Universal, no Centro, para construir um shopping popular. “O problema é que o imóvel não está regularizado.

Há pontos que precisam ser resolvidos.” Hoje, às 18h, ambulantes reúnem-se em assembleia no Edifício Círculo Católico, na Boa Vista, para acertar detalhes da manifestação que planejam para amanhã.

No fim da tarde de ontem, um grupo reduzido fechou o cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a 7 de Setembro em protesto.

Eles se uniram aos estudantes que faziam ato público contra o aumento das passagens de ônibus.

Depois de 20 minutos, liberaram a via, pacificamente.