Em O Globo.com O deputado federal José Fuscaldi, o Tatico (PTB-GO), não aparece para trabalhar na Câmara dos Deputados desde o dia 13 de julho.

Tatico foi o primeiro político a ser condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal, em setembro do ano passado.

Ele entrou com recurso contra a decisão e aguarda o julgamento em liberdade.

Segundo levantamento do site Congresso em Foco, o deputado, que está no final do segundo mandato, já faltou a 61 sessões deliberativas e justificou apenas 12 delas, sendo que 11 destas justificativas foram por “atendimento a obrigação político-partidária”.

Mesmo assim, Tatico custou nesse período cerca de R$ 550 mil aos cofres públicos, de acordo com o site.

De julho para cá, Tatico não deixou de receber o salário de parlamentar, no valor de R$ 16.512,09.

Usou os R$ 60 mil da verba de gabinete na íntegra e é provável que tenha usado o auxílio-moradia de R$ 3 mil, único gasto que o Congresso em Foco não conseguiu verificar.

Por mês, o petebista custou R$ 79.512,09, totalizando R$ 397.560,45 de julho até agora.

Na conta, não está incluído o 13º salário.

Para aumentar ainda mais a conta paga pelos contribuintes, o empresário ainda teve ressarcimento de despesas de R$ 151.861,18.

Dentro do Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o cotão, Tatico gastou o dinheiro previsto para o uso parlamentar, apesar de ter faltado a 61 sessões deliberativas.

Parlamentar foi condenado por sonegação de contribuição previdenciária Tatico foi condenado à prisão em regime fechado por apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenciária.

Ele foi eleito pela primeira vez em 2002, pelo Distrito Federal, e quatro anos depois conseguiu se reeleger, porém, disputou o cargo por Goiás.

Em 2009, Tatico mudou novamente o seu domicílio eleitoral, desta vez para Minas Gerais, onde tentaria um terceiro mandato.

No entanto, não conseguiu votos suficientes para se eleger.

Desde que começou a atuar politicamente, o empresário, que é dono de uma rede de supermercados, também passou por quatro partidos diferentes.

Foi filiado ao PSC (1998-2001), ao PSD (2001-2003), ao PTB, de onde saiu para o PL (hoje PR).

Ficou pouco tempo entre os liberais e logo retornou ao PTB.

Por conta da condenação no Supremo, o parlamentar poderia perder o mandato.

O artigo 55 da Constituição Federal prevê que o parlamentar perderá o cargo ao sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

No entanto, Tatico, após o resultado do julgamento no STF, entrou com um pedido para extinguir a punição.

Agora, o caso está sob análise da Procuradoria Geral da República (PGR).

Por isso, ele vai manter o mandato até 31 de janeiro.

No dia seguinte, o novo Congresso toma posse.

Além disso, a condenação criminal é um dos casos estabelecidos pela Constituição onde a cassação não é imediata.

A corregedoria da Câmara analisaria o caso.

Depois, encaminharia um parecer para a Mesa Diretora.

Aí, então, a Comisssão de Constituição e Justiça (CCJ) estuda o processo e concede direito de defesa ao parlamentar.

Por fim, o caso será submetido ao plenário, com votação secreta.

Para a cassação ocorrer, é preciso que a maioria absoluta dos parlamentares vote contra o colega.