Por Cíntia Acayaba , iG O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expulsou 2.969 servidores públicos do Executivo federal por envolvimento em casos de corrupção, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010.

De acordo com último relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), divulgado nesta segunda-feira, o principal motivo das expulsões foi o crime de obtenção de vantagem indevida, com 1.579 casos.

Em seguida aparecem o crime de improbidade administrativa, com 933 episódios, o recebimento de propina, que somou 285 casos, e o de lesão aos cofres públicos, com 172.

O levantamento considerou “demissões”, “destituições de cargos comissionados” e “cassações de aposentadorias” como expulsões.

Do total das penalizações, 2.544 são demissões, 247, destituições e 178, cassações.

No entanto, o relatório não leva em conta servidores que pediram demissão do cargo em meio a escândalos, o que acaba por excluir ministros envolvidos em grandes crises, como o ex-ministro Luiz Gushiken, que comandou o Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) e pediu demissão em 2006 após denúncia de seu suposto envolvimento com desvio de R$ 11 milhões da Secom.

Ou ainda a ex-ministra da Igualdade racial Matilde Ribeiro, que pediu para sair do cargo por utilizar irregularmente o cartão corporativo e, a ex-ministra chefe da Casa Civil Erenice Guerra que deixou a pasta no ano passado, quando veio à tona um esquema de tráfico de influência na pasta.

No ano passado, ainda de acordo com relatório da CGU, foram 521 servidores penalizados por práticas ilícitas durante exercício, o que representa aumento de 18,94% em relação a 2009, com 438 servidores expulsos.

Procurada pela reportagem, a CGU não forneceu dados comparativos com o governo anterior, liderado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso.

O tipo de punição mais aplicada em 2010 foi a demissão, com 433 casos.

O Estado campeão em expulsões nos últimos oito anos foi o Rio de Janeiro, com 297 casos, seguido do Distrito Federal, com 215.

Já a pasta líder em expulsões, proporcionalmente, foi o Ministério do Meio Ambiente, com 164 casos desde 2003, o que representa quase 2% de sua equipe, seguido do Ministério da Previdência Social, com 1,8%, e o Ministério da Justiça, com quase 1,5% do seu pessoal expulso.