O novo secretário de Saúde, Antônio Figueira, disse ainda há pouco, em entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo, no JC Online, que vai realizar uma série de mutirões para ajudar a qualificar o atendimento no Hospital da Restauração (HR), que chegou a ser objeto de uma reforma estrutural no ano passado. “Precisamos qualificar o atendimento dentro das grandes emergências, especialmente em neurologia e traumatologia.
Precisamos realizar mutirões de neurologia para diminuir os problemas.
Como ampliar o número de neuro-cirurgiões na cidade?
Hoje só temos a equipe do HR, mas no passado havia equipes no Getúlio Vargas, HR e Regional do Agreste.
Temos que estimular também a residëncia na área que precisamos”. “Todo mundo tem que ajudar a Restauração com os mutirões.
Os hospitais públicos, os filântropicos, os contratados, e até os privados, para evitarmos sobrecarga nos serviços de emergência”, observou.
Busca da eficiência no setor Ao falar sobre a questão da produtividade dos médicos, o novo gestor inicialmente foi vago, observando que é uma questão de governo exigir o ponto e se for exigido todos os médicos teriam que cumprir as jornadas contratadas.
Depois, defendeu a oferta de incentivos. “Temos que premiar quem está trabalhando.
O diretor do hospital sabe quem está trabalhando, o chefe de plantão sabe quem está trabalhando.
Com o avanço da informatização, com uma senha vamos saber quem está produzindo mais.
Temos que premiar o bom exemplo”, afirma, distanciado-se do discurso estatista e sindical, que prega melhores salários para todos, sem levar em conta a produtividade. “Nestes últimos quatro anos, tivemos avanços em termos salariais.
Agora é a hora da premiação do bom profissional e do bom exemplo”.
Dilma Na entrevista, o secretário aproveitou uma hora para elogiar a nova presidente Dilma.
Ele disse que nunca viu um presidente prometer prioridade para a saúde em seu discurso de posse.
No entanto, cobrou, de maneira indireta, que a União gaste mais recursos para o financiamento da saúde pública nos estados. “O projeto é importante porque faz a vinculação da receita.
Hoje fica ao critério do gestor e o que vemos é o subfinanciamento”.
Pela lei, os estados devem gastar 12% no setor.
Nos municípios, 15%.
Sem ser muito didático, Antônio Figueira explicou, com esforço, que o Estado de Pernambuco gasta hoje 17% de seu orçamento na área de saúde.
São R$ 2,7 bilhões por ano.
Ele não disse claramente que era a favor da volta da CPMF, mas repetiu várias vezes que era preciso resolver o problema do financiamento do setor.
Uma das propostas citadas foi a renúncia fiscal que o país dava em favor dos planos de saúde. “É um caminho”, declarou.
Novos hospitais Até o mês de março estão prometidas mais três UPAs, enquanto o Hospital Pelópidas Silveira deve ficar pronto até o mês de agosto ou setembro.
No caso de Palmares, o novo secretário de Saúde disse que um novo hospital será construído até o próximo ano e a licitação já foi até homologada.
Figueira também disse que o processo de interiorização da saúde continua, com a centralização de unidades, projeto do antecessor.
Sem citar quais, prometeu ter uma reunião com os municípios que fecharam seus postos de saúde com a inauguração de UPAs pelo Estado.
O caso mais rumoroso ocorreu em Paulista.
Figueira citou cinco casos.
Concurso público Antônio Figueira disse que ainda vai avaliar o quadro para ter uma idéia das necessidades imediatas. na entrevista, ele manifestou mais preocupação com a formação de novos profissionais, por meio da indução dos cursos nas residências dos hospitais públicos.
Ortopedista é uma das carências citadas.
Negociação salarial Ele disse que não terá dificuldade em dialogar com os médicos porque a vida toda falou com médicos.
Dois lados do balcão O secretário tergiversou quando o Blog pediu a ele que fizesse uma avaliação da atuação das Organizações Sociais, no processo de gestão compartilhada de unidades de saúde.
Tanto o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, quanto o Dom Hélder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, são administrados pela Fundação Martiniano Fernandes - IMIP Hospitalar.
Antonio Carlos Figueira era presidente do Imip.
Renunciou para assumir a Secretaria, portanto já frequentou os dois lados do balcão.
Informou que está sendo feito um estudo da atuação das organizações sociais, mas ressaltou o sucesso em experiências que começaram há mais tempo.