Do JC Online Eleita dez vezes seguidas a melhor praia do Brasil, em pesquisa de revistas especializadas em turismo, Porto de Galinhas esconde por trás de suas belezas naturais um grande processo de degradação e abandono.

Lixo, esgoto, ruas esburacas e ambulantes tomando conta da faixa de areia são os problemas mais gritantes e que podem ser vistos por todos.

Difícil de enxergar apenas pelas autoridades. “Porto está uma bagunça. É lixo fora do local apropriado e muito esgoto.

A prefeitura até que fez um serviço para tentar amenizar o problema do esgoto, mas acho que ficou mal feito.

Não adianta nada e o mal cheiro, em determinados momentos, é insuportável”, reclama um comerciante, que preferiu não se identificar.

Dono de um restaurante, ele conta que muitos fregueses já criticaram o fedor. “Não tenho o que fazer.

Praticamente toda semana a galeria enche de esgoto e transborda. É o cliente comendo e sentindo cheiro de fezes”, completa. “Há pelos menos quatro anos reclamamos disso, mas a situação não muda”.

Diante do quadro, caminhões com bombas de sucção são chamados para, no meio de turistas e a qualquer hora do dia, abrir as galerias e limpar o esgoto.

O JC OnLine flagrou um caminhão trafegando pelas ruas da cidade.

Ao ser indagado se iria retirar esgoto no meio de uma pista estreita às 11h30, ele despistou, negou a informação e foi embora.

Também não é difícil encontrar lixo.

Na maioria das esquinas, lá está ele, acompanhado de moscas e baratas. “Na época de maior movimento o serviço de coleta deveria ser realizado entre duas e três vezes por dia.

Mas isso não acontece.

O turista vem a Porto para fazer corrida com obstáculos, desviando de buracos e lixo”, informa o nativo Ailton José.

Muitas ruas do balneário estão sendo calçadas, aumentando o transtorno. “O problema é que Porto ganhou fama, mas as autoridades fazem pouco para que essa fama permaneça.

Se eu fosse turista, viria uma vez e nunca mais voltava.

Veja por exemplo, quem vem de carro.

Até conseguir uma vaga para estacionar, já tá na hora de ir embora”, reclama o também nativo Damião Batista.

De fato, são poucos os estacionamentos existentes em Porto.

Com sorte, dá para achar uma vaga e estacionar em dez minutos.