Milton Júnior, do Contas Abertas Os primeiros passos estratégicos do recém anunciado “PAC do combate à miséria” parecem já estar surtindo efeito na Presidência da República.
Neste mês o órgão empenhou (reservou em orçamento) R$ 50 mil para a compra de pouco mais de 43 toneladas de alimentos para peixes, pássaros, avestruzes e até bezerros.
Os animais estão espalhados pelas propriedades do órgão, como o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente do país em Brasília, Granja do Torto, também residência do chefe do Executivo, e no Palácio do Jaburu, morada do vice-presidente.
No último dia 29 de dezembro, a Presidência também comprometeu R$ 500 mil para a locação de veículos que devem ter atendido as “necessidades de transporte de autoridades estrangeiras e suas comitivas, por ocasião da posse presidencial”, conforme noticiou o Contas Abertas.
Em menos de uma semana depois, outros R$ 500 mil foram reservados também para a locação de veículos, mas desta vez sem muitos detalhes ou justificativas no documento de empenho.
E no departamento de segurança pessoal da presidente Dilma Rousseff, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as curiosidades não param.
O órgão reservou R$ 150 mil para contratar “serviços de comissária aérea para as aeronaves a disposição da Presidência da República, no Aeroporto Internacional de Brasília, para o ano de 2011”.
Além disso, o GSI deve pagar R$ 3,8 mil para os “serviços de limpeza e conservação do escritório regional do Departamento em São Bernardo do Campo”.
Hum, então o GSI tem um escritório pertinho do ex-chefe?!
Já na Câmara dos Deputados, os preparativos para a posse da 54ª legislatura seguem sem interrupções.
Na última semana, R$ 5,8 mil foram empenhados para o pagamento do aluguel de 1.400 cadeiras para uso na cerimônia de posse.
O pedido foi feito pela Secretaria de comunicação da Casa.
O órgão também deve comprar 20 rádios portáteis Talk About, ao custo total de R$ 750, a pedido da Coordenação de Relações Públicas. a primeira semana do ano, o Senado preferiu garantir o acesso às informações publicitárias em 2011.
Para monitorar a “publicação de anúncios de interesse do Senado Federal em jornais de grande circulação em todo território nacional”, o órgão deverá pagar quase R$ 435 mil.
A contratada para o serviço será a Publicenter Publicidade e Comunicação Visual.
Por fim, mais um resquício das eleições de 2010.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer 1.220 unidades de carimbos e refis de tintas para os carimbos automáticos.
O custo, R$ 11 mil. É carimbo que não acaba mais.
Seriam carimbos com os dizeres “inválido”, “inútil” e “inexigível” para serem usados nos milhões de títulos eleitorais que tiveram a utilização dispensada no último pleito?!
Talvez não.