Do Jornal do Commercio A proposta de redução do número de ambulantes que trabalham com autorização da prefeitura na Rua do Hospício, uma das principais vias do bairro da Boa Vista, no Centro do Recife, encontra resistência de camelôs. “Somos 137 e a prefeitura quer eliminar de 70 a 80.

Isso não é ordenar, mas acabar com os ambulantes”, diz um representante da categoria que prefere não se identificar.

Em reunião na manhã de ontem com o secretário de Controle e Desenvolvimento Urbano e Obras da cidade, Amir Schvartz, os camelôs ficaram sabendo que a intenção da prefeitura é manter 27 trabalhadores no trecho da Rua do Hospício que fica entre a Avenida Conde da Boa Vista e a Rua do Riachuelo. “Seriam 23 tabuleiros, três quiosques de coco e uma banca de revista.

Não há espaço para fiteiros”, diz.

De acordo com o ambulante a redução será mais drástica nas áreas com calçadas estreitas, como o trecho entre a Conde da Boa Vista e a Praça Maciel Pinheiro.

Amir Schvartz disse que a ação ainda não está definida, porque o primeiro passo é fazer o cadastro dos camelôs. “Precisamos identificar quantos são, o tempo de trabalho e o produto comercializado”, informa.

O recenseamento começa hoje e termina na sexta-feira.

Conforme o secretário, assim como aconteceu com os ambulantes da Rua Sete de Setembro, paralela à Rua do Hospício, o critério de antiguidade será levado em conta na hora de diminuir o número de tabuleiros nos passeios públicos. “Parece que há pessoas trabalhando no local sem autorização do município.

Se for confirmado, o tratamento será outro, com o encaminhamento delas para projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico”, avisa o secretário. “A situação é muito difícil, vai prevalecer a vontade da prefeitura”, destacam camelôs da Rua do Hospício.

Bartolomeu Tibúrcio vende doces num tabuleiro em frente ao antigo prédio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trecho mais próximo da Rua do Riachuelo, e espera manter o ponto. “Trabalho aqui há seis anos e acredito que vou ficar.

Não atrapalho a circulação de pedestre e presto um serviço ao povo.

Talvez seja feito um remanejamento.” Proprietário de uma banca de revista no mesmo trecho, há dez anos, Joaquim Oliveira informa que foi orientado pelo município a reduzir o tamanho do equipamento. “Compreendo o projeto da prefeitura e sei que o pedestre tem direito de circular nas calçadas.

Cuidar da cidade é um trabalho que se faz conjuntamente.

Além disso, estaremos expostos a jornais do mundo inteiro na Copa de 2014”, observa.

Para o ambulante João Barbosa, a expectativa com as mudanças é grande.

Ele trabalha há oito anos no trecho entre a Conde da Boa Vista e a Maciel Pinheiro.

A ação faz parte do plano Recife!

Nosso Centro, lançado pela prefeitura em 23 de novembro do ano passado e que também prevê retirada de publicidade irregular, controle da poluição sonora e outras intervenções.