Atualizado às 21h17 Foto: Reprodução/TV Globo Um dia depois de membros do Ministério Público de Pernambuco elegerem a lista tríplice com os nomes que concorrem ao cargo de procurador geral de Justiça, o Diário Oficial publicou nesta terça-feira (4) a “promoção” de 27 promotores.

No documento, o procurador geral de Justiça que deixa o cargo, Paulo Varejão, efetiva promotores no cargo de titular de comarca e faz transferências determinando acúmulo de funções em cidades distantes.

Nas eleições, foram escolhidos os promotores Aguinaldo Fenelon, com 174 votos, Waldemir Tavares Filho, com 151, e Clóvis Ramos Sodré, com 129 votos.

Os dois primeiros são apoiados por Varejão.

Cabe ao governador Eduardo Campos (PSB) escolher um nome.

A decisão deveria ter saído hoje, mas foi adiada para amanhã.

De acordo com denúncia apresentada no NETV, da TV Globo, no caso dos acúmulos, os titulares ganham 10% em cima do salário de R$ 16 mil.

Em entrevista à TV Globo, Paulo Varejão não estranhou o elevado número de nomeações um dia após as eleições. “Não vejo como coincidência porque nós fizemos todas as nomeações, essas designações de exercício dentro da conveniência institucional.

Isso é um processo absolutamente natural. É feito dentro da conveniência institucional.

Eu não teria nem porque fazer de outra forma, até porque eu coloquei dois candidatos meus, do meu grupo na lista e o terceiro foi o da oposição.

Creio que sem nenhuma chance de ser escolhido porque os dois primeiros colocados são nossos candidatos.

Então, não haveria nenhum motivo para fazer isso que não fosse pela conveniência da instituição”, afirmou.

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Na reportagem exibida agora à noite, Varejão descarta a possibilidade das nomeações terem alguma relação com as eleições. “Essa possibilidade é fruto de uma pessoa descontente com o resultado das eleições, algum candidato ou alguma pessoa ligada a um candidato descontente com o resultado das eleições”, afirmou.

LEIA MAIS: » Um dia após eleições do Ministério Público, promotores são ‘‘promovidos’’ » Corregedora do Ministério Público pedirá para ver reportagens para se pronunciar » Promoções eleitoreiras são ponta de iiceberg.

Conselho Nacional do MP deve fazer correição em Pernambuco » Cooptação de promotores nas eleições do MPPE pode ter incluído até veículos de luxo » Governador ficou chateado com denúncias nas eleições do MPPE » OUTRO LADO: Paulo Varejão nega ‘‘favorecimento pessoal ou benesse’’ Em nota, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE), Henrique Mariano, se disse preocupado com a denúncia. “O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, informou que recebeu com preocupação a denúncia de que possa ter ocorrido algum tipo de favorecimento a candidatos nas Eleições do Ministério Público, através de eventuais promoções e transferências funcionais”. “Segundo ele, caso essas práticas sejam confirmadas, poderá caracterizar o abuso do poder político – o que contraria frontalmente a função institucional do MP.

Henrique Mariano conclui dizendo que é preciso que todos os fatos sejam esclarecidos pelas autoridades competentes”, termina a nota. » Veja a matéria da repórter Mônica Silveira, da TV Globo Confira abaixo o perfil dos candidatos: Aguinaldo Fenelon de Barros - 55 anos, nascido em Goiana, formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1985.

Ingressou no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 1992, atuando em várias comarcas do interior.

Foi coordenador do Centro de Apoio Operacional as Promotorias Criminais (Caop Criminal) e da Central de Inquéritos da Capital; assessor do procurador-geral de Justiça e secretário-geral da Instituição.

Waldemir Tavares de Albuquerque - 37 anos, nascido no Recife, formou-se noa o de 1996, em Direito na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Ingressou no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 1999.

Atuou nas Promotorias de Ouricuri, Jataúa, Brejo, São Lourenço da Mata, Jaboatão e Recife.

Na atual gestão, exerceu os cargos de coordenador da Assessoria Técnica em Matéria Criminal; coordenador CAOP de Fundações e Entidades Assistenciais; coordenador de Gabinete do procurador geral de Justiça e Chefe de Gabinete.

Clóvis Ramos Sodré - ingressou no Ministério Público de Pernambuco em 1990 e atuou nas promotorias de Jurema, Quipapá, Barreiros, Rio Formoso e Olinda antes de chegar à Capital, onde trabalhou na promotoria especializada em Falências e Concordatas.

Foi também chefe de gabinete da instituição na gestão do ex-procurador-geral de Justiça, Francisco Sales de Albuquerque.