Nesta terça-feira, em Suape, no lançamento da pedra fundamental da Fiat, o presidente Lula disse que, em breve, os matutos (nordestinos) teriam o orgulho de também produzir carros e que a direção da montadora italiana ficaria surpresa com a produtividade dos trabalhadores locais.

Quanto à produtividade dos pernambucanos, não resta a menor dúvida.

Já em relação ao pioneirismo reivindicado, não é bem assim.

Já antes na história do Nordeste do Brasil os pernambucanos produziram veículos.

Gente do setor conta que, na mesma unidade da TCA usada para bombar a Fiat hoje de incentivos fiscais, a Ford comprou, na década de 60, a Willis Overland do Brasil, passando a montar aqui o Willis Chapéu de Couro.

Era vendido para todo o Brasil, junto com a famosa Rural, mas fazia sucesso mesmo na região, com suas estradas esburacadas e ainda distantes da urbanização que se tem hoje.

No caso da Willis, não havia fábrica de componentes aqui, sendo a maioria das autopeças importadas de São Paulo.

A fábrica fechou quando os incentivos da Sudene acabaram.

Quando os incentivos da Fiat acabarem, será que eles também vão dar no pé, como ocorreu com a Philips?

Juras de amor na chegada não contam…